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Ex-delegado-geral de São Paulo e secretário de Praia Grande é executado em emboscada

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Ruy Ferraz Fontes foi perseguido por criminosos e morto a tiros de fuzil; ele foi pioneiro nas investigações sobre o PCC

O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo e atual secretário de Administração de Praia Grande, Ruy Ferraz Fontes, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira (15), em uma emboscada no litoral paulista. Imagens de câmeras de monitoramento flagraram toda a ação criminosa, que ocorreu na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim.

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Fontes, de 63 anos, teve papel central no combate ao crime organizado no estado e foi pioneiro nas investigações sobre o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa surgida nos anos 1990 e que ganhou força no início dos anos 2000.

O passo a passo da execução

Segundo a Polícia Militar e imagens analisadas pelo g1, Fontes foi perseguido por um veículo ocupado por ao menos quatro homens. Durante a perseguição, ele teria sido baleado, o que fez com que perdesse o controle da direção. O carro da vítima bateu em um ônibus e capotou.

O automóvel dos criminosos conseguiu frear a tempo e evitar a colisão. Em seguida:

  • três homens desceram do veículo, enquanto um quarto ficou no volante;
  • um deles permaneceu dando cobertura;
  • os outros dois foram até o carro de Fontes e o executaram com tiros de fuzil.

De acordo com o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, mais de 20 disparos foram feitos contra o ex-delegado.

Vítimas colaterais

Durante a ação, um homem e uma mulher que passavam pelo local também foram baleados. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, ambos foram socorridos pelo Samu e levados à UPA Quietude, antes de serem transferidos ao Hospital Municipal Irmã Dulce. Eles não correm risco de morte.

Após o ataque, os criminosos retornaram ao carro e fugiram. Horas depois, o veículo usado na execução foi encontrado incendiado a cerca de dois quilômetros da cena do crime.

Quem era Ruy Ferraz Fontes

Formado em Direito pela Faculdade de São Bernardo do Campo, onde também fez pós-graduação em Direito Civil, Ruy Ferraz Fontes atuou em delegacias especializadas como o DHPP, o Denarc e o Deic.

Foi no Deic, no início dos anos 2000, que ganhou projeção ao chefiar a 5ª Delegacia de Roubo a Bancos. Ali, iniciou investigações contra o PCC, sendo responsável por prender lideranças da facção e mapear sua estrutura.

Sua atuação foi decisiva durante os ataques de maio de 2006, quando o PCC promoveu uma série de atentados contra forças de segurança em São Paulo.

Entre 2019 e 2022, Fontes foi delegado-geral da Polícia Civil do Estado, período em que liderou a transferência de chefes do PCC para presídios federais, medida considerada estratégica para enfraquecer o comando da facção dentro do sistema prisional paulista.

Ele também participou de cursos no Brasil, França e Canadá, e lecionou Criminologia e Direito Processual Penal. Desde 2023, ocupava a Secretaria de Administração de Praia Grande.

Investigação

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que uma força-tarefa composta por policiais civis do Deic e do DHPP foi mobilizada para investigar o caso. A principal linha de investigação considera que a execução pode ter relação com o histórico de atuação de Fontes contra o crime organizado.

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