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quinta-feira, setembro 19, 2024

As Famílias de imigrantes italianos em Sousas e Joaquim Egídio

Data:

As Famílias

 

Família Bertazolli

Giuseppe Bertazolli imigrou para o Brasil no início do século 20, vindo residir nas imediações do distrito, no Jardim Jatibaia. Logo em seguida mudou para Sousas, em frente a Estação do Ramal Férreo. Ele foi pai de 11 filhos, um deles, o Lili foi Expedicionário na 2ª Guerra Mundial atuando na Itália e antes disso tinha servido o Tiro de Guerra em Mato Grosso

 

Família Giometti

A família Giometti é uma das mais tradicionais do distrito. Seu patriarca, Carlos, imigrou para o Brasil com apenas 17 anos no final do século XIX. Tinha grande vocação para a indústria de bebidas e chegou a fundar uma indústria do ramo no distrito de Joaquim Egídio, onde morou inicialmente e depois se mudou para Sousas, em sociedade com Lourenço Dal Porto e Pasqual Franceschini. Mais tarde tornou-se sócio da Cervejaria Columbia, instalada em Campinas. Para tratar da saúde de sua esposa Eliza, retornou à Itália deixando seu irmão Aurélio tomando conta dos negócios. Com a morte da esposa na Itália voltou ao Brasil e casou-se pela segunda vez com Elvira. Pai de 14 filhos chegou a ser proprietário de três fazendas de café da região: Fazenda D. Amélia (San Conrado) em Sousas, Fazenda Sertão e Braga, em Joaquim Egídio. Foi dono também da Fazenda São José no então distrito de Valinhos. Paralelo a essa atividade também abriu um comércio de Secos e Molhados, onde hoje funciona a Galeria Martinelli.  Nas primeiras décadas do século, na década de 30, Carlos Giometti construiu a sede do Clube Recreativo Sousense, fundado em 1918, onde funcionava provisoriamente na padaria do Pedroso.

 

Família Mingatto

Domingos Mingatto, nascido em Vicenza, norte da Itália, imigrou para o Brasil no início do século passado trazendo sua esposa Speranza Scolari e seus dois filhos menores Giuseppe e Maria, com dois e três anos. Veio diretamente para a lavoura de café na Fazenda São Jorge em Joaquim Egídio. Lá nasceu o terceiro filho, Roberto e Marino em 1904. Juntando suas economias deixou a lavoura e veio para Sousas, em 1906, onde montou um moinho de fubá com roda d´água na Fazenda Paredão. Em seguida abriu um moinho de fubá, na Rua 13 de Maio, vizinho a ponte sobre o Ribeirão das Cabras e também uma máquina de beneficiar arroz. Logo depois, comprou de Adão Salgado, um sítio que ia da atual Rua Humaitá, até onde fica o Jardim Botânico. Fixando-se no sítio, deixou seu filho Roberto na gerência do moinho de fubá e da beneficiadora de arroz e partiu para a extração de areia lavada no Rio Atibaia, enviada para Campinas pelo Ramal Férreo. No restante da terra cultivou café, algodão, melancia e uma grande variedade de frutas cítricas que embarcava para o mercado da capital. Giuseppe e Marino partiram para o ramo de transporte por caminhões. Marino ficou nesse ramo até 1946, quando entrou para o comércio de Secos e Molhados. Já o caçula Domingos, nascido no distrito, foi fazer curso de mecânica de veículos em São Paulo e formado abriu uma oficina na Praça São Sebastião, onde funcionava o Palácio das Indústrias. Em 1940 com a inauguração da nova ponte de concreto adquiriu um lote de seu sogro, Atílio Zanatta e construiu a nova Oficina e posto de gasolina. A Domira, concessionária da Volkswagen foi fundada na década de 60, e mais para frente mudou-se perto do Cemitério, sob a direção de seu filho caçula Domingos Paulo Mingatto. A oficina Mingato foi uma verdadeira escola das mais completas.

Família Beltramelli

Antônio Giuseppe Beltramelli nasceu na cidade de Bergamo, norte da Itália e imigrou para o Brasil vindo para Sousas em 1897. Teve nove filhos. Ele animava todos os bailes locais e da zona rural, que na época era mais populosa. Todas as festas de casamento da região eram acompanhadas por seu filho Ferrucio, no clarinete e Írio na flauta.

Família Franceschini

Paschoal Franceschini imigrou do norte da Itália para o Brasil nos idos de 1896 e veio diretamente para o distrito de Sousas. Casou-se com Júlia Stefanini e inicialmente foi sócio de uma indústria de bebidas, juntamente com Carlos Giometti e Lourenzo Dal Porto. Dissolvida a sociedade abriu um armazém de secos e molhados na Praça de Sant´Ana. Uma de suas especialidades era vender ferramentas para a lavoura da região, como enxadas, foices, facões, picaretas, bicos de arado. O casal teve sete filhos.Evaristo foi o fundador da Banda Musical Santa Cecília na década de 20, e maestro durante várias décadas, formando muitos músicos do distrito. Ele tocava bombardino além de outros instrumentos. Seu irmão Menotti era tocador de baixo. Como atividade profissional, Evaristo era fiscal geral da Prefeitura de Campinas, atuando nos distritos.

Família Zanatta

Atílio Zanatta imigrou para o Brasil no início do século 20 e se instalou inicialmente com seus quatro irmãos nas imediações de Joaquim Egídio. Depois se mudou para Sousas onde abriu um açougue. Foi um dos primeiros a lidar com esse tipo de comércio no distrito, juntamente com seus filhos. Simultaneamente comprou um sítio onde hoje se situa a Vila Sônia. Em 1940, com a construção da ponte de concreto sobre o Rio Atibaia, loteou esse sítio, preservando a sede onde continuou a residir até falecer. Foi casado com Natalina Fussio e desse casamento nasceram nove filhos: Francisco, Aristides, Giuseppe, Gasperi, Mário, Hermínio, Zulmira, Lurdes e Maria (Marica). Dois membros da família Zanatta, sobrinhos de Atílio, nascidos na Fazenda Riqueza em Joaquim Egídio também fixaram residência em Sousas: Antônio e Américo, e aqui tem vários descendentes.

 

Família Bertazolli

A esposa de Giuseppe, chama-se Santa Segala, uma das primeiras famílias a chegar no distrito (1888) indo residir na Fazenda Sant´Ana. O sobrinho Jaime foi durante a 2ª Guerra Mundial, o primeiro mecânico a instalar sistemas de gasogênio em veículos na região, pois durante quatro anos não havia gasolina. Mais tarde foi convidado a ser instrutor de mecânica no Senai onde aposentou-se.

Família Trevizani

Alechandre e Crisante, dois irmãos solteiros, imigraram para o Brasil vindo de Pádua, Treviso, no começo do século 20. Alechandre se fixou em Sousas nas terras do Coronel Alfredo do Nascimento, com cerca de 3 alqueires na Av. dos Expedicionários, onde casou-se com Líbero Tartarini e foi pai de oito filhos. A família Trevizani com mais dois vizinhos construiu a Capela de Santa Cruz, situada na Rua dos Expedicionários. O neto Alechandre e o filho Arnaldo construíram nas terras da família o Vilagio Trevizani, bem ao lado da capela.

Família Biguetti

Carlo Biguetti nasceu em Rovigo, norte da Itália e lá se casou com Benevuta. Em 1895 imigrou para o Brasil, com a esposa e duas filhas menores: Zaira de quatro anos e Josefa de dois. Trouxe também sua avó paterna, com 80 anos de idade. Vieram diretamente para a lavoura de café em Sousas, na Fazenda Coutinho. Aqui no Brasil nasceram mais cinco filhos. Seus três filhos homens compraram um sítio em Joaquim Egídio que mais tarde venderam para comprar o Sítio dos Lima, na região de Sousas, onde ficaram até a década de 60. Nesse sítio tinham de tudo: café, arroz, milho, feijão, gado e porcos. Além disso, abriram e montaram dois moinhos de fubá com roda d´água.

 

Família Pedroso

Luiz Pedroso nasceu em Portugal na cidade de Marinha Grande, capital da indústria de vidro, perto de Meria. Lá casou-se com D. Joaquina e imigrou para o Brasil por volta de 1910 com vários filhos menores vindo da cidade de Vargem Grande do Sul, interior de São Paulo. Por volta de 1914 comprou uma chácara na Rua dos Expedicionários em Sousas, e começou a fabricar pão e artigos de confeitaria. Essa padaria distribuía o produto a domicílio através de seu filho Augusto em Sousas e Joaquim Egídio. Isso perdurou até 1941, quando abriram uma loja na rua do centro (Padaria da Iolanda). Logo depois começaram a produzir pão e confeitos nos fundos da loja. Do casamento de Luiz e Joaquina Pedroso nasceram 10 filhos.De todos esses, quem viveu no distrito até o fim de seus dias foram: José, Augusto e Deolinda. Augusto deu continuidade a padaria que hoje está sob a direção de seus filhos. Zezinho na adolescência foi ator de teatro amador e dançarino de músicas portuguesas. Mais para frente aperfeiçoou sua voz para tenor de ópera, deu e continua a dar sua contribuição em todas as celebrações sacras na Paróquia de Sant´Ana, como nas festividades da Societá Italiana Lavoro e Progresso de Sousas.

Família Salim

José Salim nasceu no Líbano e foi o primeiro imigrante árabe a residir em Sousas, no final do século 19. Imigrou solteiro deixando sua noiva lá, para depois mandar buscá-la. Ela se chamava Alfrida Fares e depois se casaram aqui no Brasil. Aliás, Alfrida era irmã de Tanus Fares que residiu aqui no distrito. Desse enlace nasceram quatro filhos: Emílio (1901), Aníbal, Nagib e Alice. Todos eles nasceram no distrito. José Salim chegando aqui abriu um comércio de secos e molhados na Rua Maneco Rosa e depois vendeu para seu cunhado Tanus Fares, na década de 1920. Fares veio da região de Morungaba. José Salim começou a fabricar vinhos e licores nos fundos de sua residência, da Rua 7 de Setembro até a Rua Humaitá. Essas aptidões ele já havia aprendido no Líbano. Sobre seus filhos: Emilio estudou em Roma e chegando aqui fundou a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras em 1941, que mais tarde se tornaria a PUC, criando os cursos de Odontologia, Direito, entre outros. Foi o precursor da educação superior em Campinas, com destaque em todo o Brasil, até os dias atuais. O outro irmão, Aníbal, era relações públicas do Colégio Diocesano Santa Maria. Já o outro irmão, Nagib, foi executivo em multinacional de máquinas de escrever em São Paulo. Alice foi casada com Jaime Castanho, tesoureiro da Faculdade de Direito da PUC. Em Sousas exerceu a função de delegado do distrito. Do casamento de Alice e Jaime nasceram quatro filhos: Jaime, Roberto, Amauri e Neuza. Jaime formou-se em Odontologia e reside em São Paulo. Roberto fez o mesmo curso e foi professor na faculdade da PUCC durante 25 anos. Neusa foi gerente da Nossa Caixa desde sua instalação em Sousas até se aposentar. Amauri também estudou em Roma e voltando ao Brasil foi diretor da Faculdade de Filosofia da PUCC e vice-reitor. Depois foi nomeado bispo de Valença do Rio de Janeiro, retornando para ser bispo da diocese de Jundiaí.

 

Família Raizer

Guilherme Raizer nasceu na Alemanha na cidade de Leipzig. Imigrou para o Brasil em 1860 e já veio casado com Ana Altman Raizer, e dois filhos menores: Pedro e Antônio. Veio diretamente para a região de Rio Claro onde foi capataz da estrada de Ferro Paulista. Lá nasceu seu neto Alano, filho de Pedro, em 1888, quando adulto veio para Sousas, na década de 1910, juntamente com seu avô Guilherme. Aqui Alano casou-se com Maria Gasperi e desse enlace nasceram sete filhos. Olívia, Anízio, Aparecida, Guilherme, Rosa, Adelino e Regina. Aqui em Sousas Alano e seu avô fundaram um matadouro para abate de bovinos, suínos e caprinos. Guilherme nessa época construiu com suas próprias mãos uma bela casa de alvenaria, onde funciona a mecânica Marmirolli. Alano mudou-se para a Fazenda Guariroba, em Joaquim Egídio, onde foi lidar com café, até 1929, quando se mudou para Taquaritinga. Na década de 1930 retornou a Sousas, comprando uma chácara para moradia e uma grande gleba de terra, onde hoje se situa o Jardim Martinelli. Ele trabalhava com gado leiteiro. Adelino foi líder sindical no tempo da ditadura militar e se exilou no Paraguai para fugir da repressão. Depois trabalhou na Sanasa, foi presidente do Clube Recreativo e da Sociedade Italiana. Edson, filho de Guilherme (Guinho) foi também líder sindical e se aposentou pela Petrobras. Fernando filho de Adelino é atualmente executivo da Purina.

Família Leone

João Leone e sua esposa Filomena nascidos no norte da Itália em Rovigo imigraram para o Brasil com seus dois filhos menores, Umberto e Ângelo, no começo do século 20. Vieram diretamente para a região de Joaquim Egídio na Fazenda Braga e Sítio Novo (atual Fazenda Alpes). Umberto casou-se com Almira Braga e esse casamento se realizou em Campinas, no Liceu Nossa Senhora Auxiliadora. Desse casamento nasceram 11 filhos. Com a decadência do café na década de 20, João Leone mudou-se para Sousas, onde comprou, em leilão, uma casa ao redor da Estação do Bonde. Em seguida foi nomeado pelo prefeito de Campinas, chefe do Serviço de Conservação das Estradas de toda a região, até se aposentar. João foi mecânico de manutenção de aviões e também trabalhou na Merck Sharp, se aposentando na Henkel.

 

Família Rossim

Luiz Rossim e Ângela Rossim, casados na Itália e nascidos na cidade de Rovigo, no início do século 20 vieram para a região de Sousas e Joaquim Egídio. Com ele vieram três filhos menores: Palmira, Luiz e Guerino este com três anos de idade. Luiz Rossim e a família foram trabalhar na lavoura de café, na Fazenda Braga e Alpes na região de Joaquim Egídio. Na década de 1910, Guerino abriu na frente da casa, uma fábrica de linguiça e derivados de suínos, onde permaneceu por anos. Guerino foi pai de 11 filhos: Ozório, Artur, Jacinto, Aristides, Maria, Ignez, Ângela, Júlia, Edwirges, Oscar e Dorotéia. Ozório trabalhou na CPFL até se aposentar. Artur entrou na Souza Cruz e ficou também até a aposentadoria; Jacinto enveredou para o ramo de caminhões de transporte: Aristides continuou o negócio do pai na fábrica de linguiças e depois foi gerente da Guardinha de Campinas. Oscar faleceu na Itália em combate na II Guerra. Quanto às mulheres, Maria casou-se com Lavínio Teixeira, Ignez com Ivo Pierossi, Ângela com Ivandir Beltramelli, Edwirges com Carlos Pizano, Júlia com Valdemar Lenci e Dorotéia com Roberto do Carmo.

Família Martinelli

Giovani Martinelli nascido no norte da Itália imigrou para o Brasil no início do século 20, Já casado veio com cinco filhos adolescentes para Sousas: André, Jacinto, Romano e mais duas filhas. Jacinto se casou com Luiza e abriu um bar na Praça de São Sebastião. Tinha também uma chácara com terreno até o Jardim Sorirama. Foi pai de nove filhos. Um dos filhos mudou para Pernambuco, como representante. Lá se casou com Odinéia, rica fazendeira e usineira de açúcar de Caruaru. Nos anos 60 Antônio retorna à Sousas, sua terra natal, e compra a Fazenda Palmeiras, e várias glebas de terra na periferia de Sousas. O Jardim Martinelli e a Galeria Martinelli são de sua autoria.

 

Família Conte

Frederico Conte nasceu em Treviso, norte da Itália e imigrou para o Brasil ainda solteiro no início do século XX. Veio diretamente para a região de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura de café. Logo que chegou casou-se com Amália Faleadi. Começou como colono e demonstrando várias aptidões de comando assumiu o cargo de administrador da Fazenda Capoeira Grande. Ficou lá até a grande depressão do café em 1929. De posse de algumas economias adquiriu a Fazenda São João, Sítio Cubatão e Fazenda Ribeirão, todas do mesmo dono, na região de Sousas. Mais tarde, vendendo essas propriedades, foi ser administrador da Fazenda Iracema. Foi pai de 14 filhos. Na família Conte havia vários músicos: Pedro e João no violão, Valdomiro na flauta e Arlindo no violino. Quando esses quatro irmãos se juntavam para tocar era um deleite para os ouvidos.

Família Lima

João Gabriel de Lima, descendente de portugueses, nasceu em Tuiutí região de Bragança Paulista no final do século XIX. Na sua juventude veio para Joaquim Egídio aprender a profissão de alfaiate com o imigrante italiano Etore Nalim. Então, com 19 anos conheceu a imigrante italiana Aermínia Vicentini com 16 anos, filha de Antônio Vicentini e Angelina Frezarini, todos nascidos na cidade de Verona, norte da Itália. João Gabriel e Aerminia casaram-se e se mudaram para Sousas em 1913, onde montou uma alfaiataria e loja de miudezas na rua central do distrito. Anos depois transferiu a alfaiataria para a Rua 13 de maio, vizinho com a ponte do Ribeirão das Cabras, onde ele era alfaiate e sua esposa uma das grandes costureiras da região. Desse casamento nasceram sete filhos. Dona Aerminia era uma exímia costureira tanto que, confeccionava roupas para os fazendeiros e sitiantes da região, além de batinas para as Dioceses de Campinas e ternos com coletes para as pessoas mais finas da época. Esse casal conviveu com figuras marcantes do local, entre os quais, Dona Ema Bonha, Vitório de Vicenzo, família Binelli, Martinelli, Focesi e Guenelli. Quando da Revolução de 32, eles se refugiaram na Fazenda Guariroba, em Joaquim Egídio. Terminada a guerra civil retornaram a Sousas. Uma das filhas do casal, Iracema, foi uma das grandes atrizes de teatro da época. Na família Lima tem vários formados em curso superior: João Luiz Genger e seu irmão José Alberto, o primeiro engenheiro e o segundo químico industrial, Klaus Genger médico neurologista, Carlos Milani advogado e Edson Luiz Ricci economista e professor da USP.

Família Tavela

João Tavela casou-se com Maria Azzoni em Rovigo, norte da Itália e imigraram para o Brasil em 1892. Vieram para a região de Campinas, na Fazenda Capoeira Grande, zona de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura de café. Após formar sua família com nascimento de quatro filhos. Sua intenção era fabricar tijolos e telhas com o barro de sua propriedade. E, com a ajuda de seus filhos Felício e Manoel deu início a nova atividade. Ficaram nessa atividade por dezenas de anos até se esgotar o barro de suas terras. Em seguida Felício arrendou seu pedaço de terra ao lado direito da entrada do sanatório Cândido Ferreira e continuou junto com seus filhos Antônio e Pasqual a fabricar tijolos e telhas que tinham um tamanho macrobiótico. Centenas de casas da região, do início do século 20, até os anos 50, eram construídas com materiais da Olaria dos Tavela.

 

Família Iório

Antônio Iório nasceu no Largo Santa Cruz em Campinas, no dia 29 de julho de 1882, filho de José Iório e de Domingas Citrângula. Morou pouco tempo no local, vindo a residir em Sousas, onde frequentou as aulas do Grupo Escolar, sendo um de seus mestres, o professor João Breen. Ainda jovem mudou-se para Rio Claro onde aprendeu os ofícios de relojoeiro e ourives. Nessa mesma época aprendeu música passando a fazer parte de uma corporação musical como trombonista. Residiu com seus familiares até o ano de 1908 no município, quando voltou para Campinas e trabalhou muito para ajudar na criação de seus nove irmãos, uma vez que sua mãe já havia falecido. Somente em 28 de abril de 1910 voltou para Rio Claro para se casar com Maria Mônaco – a biúcha, filha de tradicional família rioclarence, passando desde o dia de seu matrimônio a residir definitivamente em Sousas, onde nasceram seus sete filhos. Orlando Iório foi pracinha na 2ª Guerra Mundial. Sua irmã, Zenith Iório casou com o cineasta e fundador do MIS de Campinas, Henrique de Oliveira Junior. Tendo trabalhado como relojoeiro e ourives, Antônio exerceu também por muito tempo, o cargo de subdelegado de policia. Era admirador e apaixonado pela música tendo lecionado essa disciplina. Organizou a banda de música na Fazenda Coutinho, somente com colonos, tendo vários de seus membros se destacado como bons valores galgando posição de destaque, até na sinfônica. Em 29 de abril de 1926 foi nomeado agente do Correio de Sousas. Nessa ocasião, adoeceu gravemente vindo a falecer, às 19h horas, do dia 25 de julho de 1953, durante as comemorações da festa de Sant´Ana. Quando seu corpo estava sendo velado em sua residência, a Rua Isabelita Vieira, 3,  a procissão que se dirigia a Matriz passou em frente de sua casa, e executou a marcha fúnebre em sua homenagem. Pela Lei Municipal de 26 de outubro de 1955 foi denominado Antônio Iório, uma rua do distrito. Um de seus filhos também foi homenageado com o seu nome na Praça de Esportes, José Iório por ter doado aquela área para sediar o campo de futebol.

Família Fassina

A Família Fassina teve origem com o casal Catarino e Ângela Mangim, naturais da província de Padova no norte da Itália. Desse enlace nasceram seis filhos. Com a família já constituída, os Fassina imigraram para o Brasil dirigindo-se para o Município de Campinas, na região dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio.
Abramo José veio menino da Itália, e em Sousas, casou-se com Maria Ferrari. Nicola Fassina, nascido em 1872, na Itália, lá se casou com Florinda Merio.  De todos esses filhos apenas João e seu irmão Antônio nunca saíram da região de Sousas. João nasceu na Fazenda Três Pedras, e veio para o distrito em 1946, adquirindo uma grande chácara de propriedade da Diocese de Campinas, onde mais tarde loteou e hoje se chama Jardim São Francisco. Já o irmão de João se fixou em Itatiba e fundaram a Empresa de ônibus Fassina, que faz a linha para Campinas, Jundiaí e Bragança Paulista. Uma neta de João e filha de Nicola, Maria José Fassina (Zezé), atuou em novela da TV Globo, como coadjuvante e atualmente trabalha em teatro.

 

Família Bortolotto

Miguel Bortolotto nasceu em 1882 na província de Padova, norte da Itália. Em 1891 quando tinha nove anos, seus pais imigraram para o Brasil chegando ao Porto de Santos. Daí veio para a região de Joaquim Egídio trabalhar na lavoura do café. Permaneceram na zona rural até o final da década de 20, e com a crise do café em 1929, se mudaram para o distrito de Joaquim Egídio, onde depois da Revolução de 1932, Miguel comprou um caminhão de transporte de carga. Mas, a grande necessidade da época, era a falta de um veículo que transportasse passageiros. Então, Miguel abdicou do caminhão e adquiriu uma jardineira (ônibus) que saia de Joaquim Egídio, passava por Sousas e tinha seu ponto final em Campinas. A empresa estava fundada em 1933. Guerino e José permaneceram juntos na empresa até a década de 1950, quando mudaram a sede para Sousas. José, quando se casou se desligou do irmão e transferiu residência para Santo Antônio de Posse para atuar, mesmo ramo. A expansão da empresa se deu com à extinção do Ramal Férreo, na década de 1960, e aos asfaltamentos das estradas na época. Com a extinção do ramal férreo, o governo estadual asfaltou o trecho de Joaquim Egídio a Cabras, e obrigou a empresa a dar cobertura até Cabras.

Em 1933, a empresa começou com uma jardineira e 72 anos depois, formou uma frota de 50 ônibus, dos mais modernos. Na época fazia o transporte urbano da região e rural, além de atender as indústrias e também viagens de turismo para todo o Estado de São Paulo.

Família Gressoni

Francisco Gressoni, ele nascido na cidade de Gênova, Itália e Maria Veronezzi também da mesma cidade depois de casados resolveram imigrar para o Brasil no início do século 20. Vieram para a região do Município de Campinas entre o distrito de Sousas e divisa com Pedreira. Inicialmente foram trabalhar na lavoura de café, de propriedade do Dr. Sílvio Mara, na fazenda Atibaia e Iracema. Com a decadência do café, passaram para a lavoura do algodão. No início da década de 30, o Sr. Francisco Gressoni adquiriu um ônibus para o transporte de passageiros, das fazendas da região dos distritos de Sousas, para transportar o pessoal que fazia compras no comércio local. Posteriormente começou a fazer o transporte de passageiros de Sousas à Campinas, com horário de ida e outro de volta. Foi quando Miguel Bortolotto, que morava em Joaquim Egídio, fundou em 1933, a empresa Bortolotto. Na época, comprou a linha de Francisco Gressoni para atuar de Joaquim Egídio a Campinas. Gressoni faleceu em 1940. A família Gressoni é tão numerosa que tem membros no Paraná, Pedreira, Campinas e Sousas.

 

Família Antônio Carlos Couto de Barros

Antônio Carlos Couto de Barros nasceu em Campinas a 19 de setembro de 1896, filho de Altamira Alves de Andrade Couto. Com a transferência da família para São Paulo, estudou na Escola Normal Caetano de Campos e no Ginásio São Bento. Após, formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco em 1917. Advogado, escritor, professor e empresário participou do Movimento Modernista em 1922 e fez parte da Comissão da Semana de Arte Moderna. Fundou a “Revista Klexon”, ao lado de Mário de Andrade, Guilherme e Tácito de Almeida, Sérgio Buarque de Holanda, Manoel Bandeira e outros. Dirigiu ainda, nos anos 20, o mensário “Terra Rocha e outras Terras”. Em 1924, residiu em Paris, onde conviveu com a maioria dos modernistas, entre os quais, Vila Lobos, Miliet, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral. Foi fundador do Partido Democrático e do Jornal a ele ligado, o “Diário Nacional”, do qual foi redator-chefe. Na década de 30, tornou parte da Revolução Constitucionalista de 1932, como diretor da “Liga de Defesa Paulista”. Foi também um dos fundadores da VASP e foi seu vice-presidente. Em 1933, colaborou na formação da Escola Livre e Sociologia Política, onde lecionou História, Economia do Brasil, sendo tesoureiro e secretário do Conselho Superior da mesma, este último até o fim de sua vida. Foi um dos maiores acionistas da Companhia Paulista de Louças Esmaltadas, com sede em São Paulo. Casou-se em São Paulo com Décia Milano de Barros, com quem teve cinco filhos: Antônio Carlos (CALOCA), Adriano, Altamira, Jussara e Ana Maria. Altamira casou com Dr. José Cardinalli, Antônio Carlos com Ana Roncatto, Adriano com Rosa Maria Benetti e Ana Maria com Luiz Prates Lapola.

No final da década de 40, incentivado pelo seu irmão Adriano, que já possuía uma grande chácara no distrito, Antônio Carlos comprou a Fazenda São João, e logo após adquiriu vários sítios, que lhe faziam divisa somando com a fazenda Ribeirão mais distante. Ele desmembrou a Fazenda São João e a área para a instalação da indústria americana Merck Sharp Dhome, que a partir daí criou centenas de empregos para a população Sousense. Isso aconteceu em fins dos anos 50. Faleceu em 16 de maio de 1966, foi sepultado em Sousas, por sua expressa vontade, terra que em significativa e justa homenagem deu o nome de Avenida Antônio Carlos Couto de Barros, a principal avenida dos distritos.

Família Lavínio Teixeira

Lavínio Teixeira nasceu em 1915 no antigo Arraial de Sousas. Era filho de Cândida Conceição e Miguel Teixeira. Em 1942 se casou com Maria Rossin Teixeira, filha de Guerino Rossim e Edwirges Zanotto Rossin, imigrantes italianos, de cujo enlace teve cinco filhos. Ana Maria, professora, casada com José Manoel Amaral Ribeiro, empresário do ramo de automóveis em Atibaia; Lavínio José Texeira (Zezo) casado com Maria Aparecida Mascaro Teixeira foi gerente geral do Banco do Brasil, agência do Cambuí, onde se aposentou.

Lavínio foi uma pessoa predestinada ao trabalho desde sua infância. Iniciou seus estudos primários no Grupo Escolar Orozimbo Maia, em Campinas. Posteriormente, órfão paterno foi criado e educado por Atílio Zanatta, que atuava no ramo de açougue e derivados de carne. Já adulto e aprendido os segredos do ofício, abriu seu próprio açougue e uma fábrica de linguiça e derivados na Praça Matriz de Sant´Ana, no centro de Sousas. Foi grande negociante de gado além de agricultor. Após anos de sucesso, passou a ser fornecedor de lenha, sendo um dos maiores clientes a Cia Mogiana de Estrada de Ferro e para as Indústrias Matarazzo. Foi também proprietário da olaria de Sousas para fabrico de tijolos e telhas.

Em sua atuação no ramo imobiliário, seu maior empreendimento aconteceu na década de 40, quando adquiriu majoritariamente, em sociedade com José Iório, uma gleba de terras desmembradas do Sanatório Cândido Ferreira, após a linha do ramal férreo e planificou um loteamento residencial, que leva o nome de Vila Pires. Desse loteamento, doou a atual Praça de Esporte, que abriga o campo de futebol do Sousas Futebol Clube, o qual era presidente honorário. Fez inúmeras doações, diversas instituições de caridade e filantrópicas.

Na juventude foi atleta e militou com brilhantismo nas fileiras do Sousas F.C. com o apelido de Biguá, devido a sua semelhança com o famoso jogador do Flamengo do Rio de Janeiro. Lavinio faleceu em 19 de fevereiro de 2005, com 89 anos.

 

Família Nascimento

O Coronel Augusto do Nascimento veio para Sousas em 1849, ainda jovem procedente de Cananéia, litoral paulista. Era formado em farmácia e chegando aqui adquiriu uma gleba de terra no bairro dos Pires, que ia da atual Avenida Antônio Carlos Couto de Barros, atravessava a Avenida dos Expedicionários, e a antiga linha do bonde, que fazia divisa com a fazenda João de Campos e do Sanatório Dr. Cândido Ferreira. Na época em que viveu aqui, teve uma desavença com Maneco Rosa, em virtude de seu propósito, em querer mudar a sede do distrito, para onde possuía suas terras. Por fim, entrou em acordo com Maneco Rosa, e resolveu construir o prédio de sua farmácia, e sua moradia às margens do Atibaia. O Coronel Alfredo do Nascimento também foi vereador da Câmara de Campinas, de 1892 a 1907.

 

 

 

 

 

 

 

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