Reação no PL e no Planalto aponta que o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Malásia reforçou o reposicionamento internacional de Lula, enquanto aliados de Bolsonaro digladiam pela narrativa interna
Em Kuala Lumpur, durante a visita de Lula à Malásia no domingo (26), a fotografia oficial que o mostra ao lado de Donald Trump foi interpretada no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro como um símbolo de derrota política.
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Fontes ouvidas pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, relatam que embora aliados de Bolsonaro tenham tentado publicamente minimizar o impacto da imagem, em círculos internos houve constrangimento ao perceberem a leitura simbólica do encontro. Conforme essas fontes, o deputado Eduardo Bolsonaro — que articulou o que ficou conhecido como “tarifaço” que motivou o diálogo entre Brasília e Washington — passou a ser tratado ironicamente como um “cabo eleitoral” de Lula.
No Planalto, a avaliação é de que o petista assumiu o papel de interlocutor político direto com Trump, função que até então era atribuída ao “Bananinha”.
Além disso, setores da direita mais pragmática lamentaram que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não tenha se posicionado como mediador das discussões com os norte-americanos após o anúncio das tarifas — possibilidade que foi rechaçada por Eduardo Bolsonaro, que classificou o diálogo de Tarcísio com empresários como “subserviência servil às elites”.
No Palácio do Planalto, prevalece a leitura de que a imagem conjunta entre Lula e Trump consolida o presidente brasileiro como interlocutor confiável em negociações bilaterais e reforça a percepção de que o petismo estaria revertendo o desgaste diplomático provocado pela extrema direita. Uma fonte governamental resumiu a avaliação: “Lula conseguiu se colocar como interlocutor confiável, enquanto Trump busca forma de rever as tarifas sem admitir um recuo político”.




