Deputado do PT pede bloqueio de bens, quebra de sigilos e responsabilização penal de Jair, Michelle, Eduardo e Carlos Bolsonaro
Por Sandra Venancio – Foto Lula Marques/Agencia Brasil
O cerco contra Jair Bolsonaro (PL) e sua família apertou ainda mais. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista na Câmara, protocolou nesta quinta-feira (21) uma representação criminal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente, sua esposa Michelle Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos. A acusação envolve indícios de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude processual.
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O pedido tem como base informações obtidas pela Polícia Federal e pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que revelaram movimentações financeiras expressivas nas contas de Jair Bolsonaro. Entre março de 2023 e fevereiro de 2024, o ex-presidente teria recebido R$ 30,5 milhões e sacado praticamente o mesmo valor — R$ 30,6 milhões. Do montante, mais de R$ 22 milhões foram repassados a terceiros, incluindo R$ 2 milhões para Michelle, R$ 2,1 milhões para Eduardo e R$ 4,8 milhões para Carlos Bolsonaro.
Na representação, Lindbergh aponta que o “volume financeiro elevado, atípico e incompatível com a remuneração pública” sugere a existência de fundos paralelos e práticas típicas de lavagem de dinheiro, conforme tipificação da Lei nº 9.613/1998. O parlamentar descreve ainda um “padrão continuado de comportamento”, no qual as transações de alto valor indicam ocultação da origem dos recursos.
“O uso de terceiros na empreitada — no caso, sua esposa Michelle e seus filhos Eduardo e Carlos — para receber quantias vultosas evidencia o emprego de interposta pessoa, popularmente conhecida como ‘laranja’, prática tipificada como meio de dissimulação patrimonial”, afirma Lindbergh na peça.
O deputado pede ao STF a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático, além do bloqueio e sequestro de bens e da realização de perícia contábil e financeira. Caso as suspeitas se confirmem, o petista defende a responsabilização penal da família Bolsonaro.
Segundo a acusação, os indícios configuram “um possível esquema familiar estruturado, com divisão de tarefas, para ocultar patrimônio e burlar a Justiça”.