Presidente brasileiro critica inação do Conselho de Segurança e defende soberania palestina durante balanço da Assembleia Geral da ONU
Por Sandra Venancio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24) que o Brasil vai cobrar da Organização das Nações Unidas (ONU) a execução de medidas para a criação de um Estado palestino. A declaração foi feita em Nova York, durante entrevista coletiva para avaliar a participação do país na Assembleia Geral da ONU.
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Lula classificou a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza como um genocídio contra o povo palestino, especialmente mulheres e crianças. “Você não tem uma guerra em Gaza, você tem um genocídio de um exército fortemente preparado contra um povo indefeso”, afirmou.
Segundo o presidente, a posição brasileira se apoia na decisão aprovada por ampla maioria dos países-membros — mais de 150 — que apoiaram a criação de um Estado palestino independente. Lula defendeu que a ONU utilize sua autoridade para implementar a resolução. “O Conselho de Segurança poderia ter tomado uma atitude mais forte. A mesma ONU que teve força para criar o Estado de Israel deveria ter força para criar o Estado palestino”, disse.
O tema dominou os debates da Assembleia. Enquanto Lula e dezenas de chefes de Estado reforçaram a defesa da soberania palestina, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou sua posição contrária. Às vésperas do encontro, países historicamente aliados de Israel — como França, Canadá, Reino Unido, Austrália e Portugal — anunciaram o reconhecimento formal da Palestina.
No discurso oficial em plenário, Lula também fez críticas ao Hamas, classificando seus atentados como “indefensáveis”. Porém, ressaltou que a resposta de Israel ultrapassa qualquer justificativa. “Nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. Ali estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do Ocidente”, declarou.
Com essa postura, o governo brasileiro reforça sua linha diplomática em defesa do multilateralismo, ao mesmo tempo em que busca pressionar a ONU a assumir protagonismo efetivo na crise do Oriente Médio.




