Deputado federal e liderança do PSOL assume o cargo no lugar de Márcio Macêdo; Boulos foi o segundo deputado mais votado em 2022
Por Sandra Venancio
Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou, na noite desta segunda-feira (21), a nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. A decisão encerra semanas de especulação sobre a entrada do líder do PSOL na Esplanada dos Ministérios e deve ser oficializada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (22).
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A escolha de Boulos substitui o atual ministro Márcio Macêdo (PT-SE), que deixa o posto após quase dois anos no governo. Segundo interlocutores do Planalto, a mudança foi alinhada diretamente entre Lula e Boulos durante reunião realizada horas antes do anúncio oficial, e simboliza um gesto político de aproximação com o PSOL — aliado importante do governo no Congresso Nacional.
A ida de Boulos para a Secretaria-Geral vinha sendo articulada desde o início do ano, mas só se consolidou agora, em um momento de reacomodação interna no governo e de reforço à base parlamentar em ano pré-eleitoral. A pasta, que tem papel estratégico na coordenação de políticas de participação social e na interlocução entre governo e sociedade civil, deve ganhar novo peso político sob o comando do deputado.
Com a nomeação, Boulos deixará a Câmara dos Deputados, abrindo vaga para o suplente de sua coligação. O PSOL, por sua vez, reforça sua presença no núcleo de decisões do governo federal e amplia sua influência na agenda social e urbana da gestão Lula.
Márcio Macêdo, por sua vez, deve permanecer próximo ao presidente e pode ser deslocado para outra função dentro do governo. Em nota, Lula agradeceu ao ex-ministro pelo “trabalho de ampliação e fortalecimento da participação social” e desejou sucesso ao novo integrante da equipe.
O anúncio foi feito horas antes da partida de Lula para uma viagem oficial à Ásia, reforçando o caráter estratégico da decisão, que busca sinalizar estabilidade política e fortalecimento da base de apoio antes de novos compromissos internacionais do governo