Avanço do acordo com União Europeia e apresenta prioridades da presidência brasileira
Durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta quinta-feira (3), na capital argentina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância estratégica do bloco para enfrentar as incertezas do cenário internacional.
Em discurso aos líderes regionais, Lula reforçou que o Mercosul é essencial para garantir estabilidade política, desenvolvimento econômico e fortalecimento da democracia na América do Sul. O presidente defendeu a ampliação de acordos comerciais entre os países integrantes e também o diálogo mais intenso com parceiros estratégicos, como a União Europeia, a China e países africanos.
O acordo Mercosul-União Europeia, que começou a ser negociado há mais de 20 anos e foi anunciado em 2019, ainda depende de ratificação por parte dos países europeus e sul-americanos. Lula ressaltou a importância de destravar o tratado, considerado um dos maiores acordos comerciais do mundo, que poderá abrir novos mercados para produtos sul-americanos e gerar investimentos em setores estratégicos, como infraestrutura, tecnologia e energia sustentável.
Quando o mundo se mostra instável e ameaçador, é natural buscar refúgio onde nos sentimos seguros. Para o Brasil, o Mercosul é esse lugar”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Precisamos concluir o acordo com a União Europeia, mas sempre com equilíbrio e respeito às necessidades dos nossos países. Queremos uma relação justa, que traga benefícios para a nossa indústria, agricultura, meio ambiente e para o povo trabalhador”, afirmou o presidente brasileiro.
A fala de Lula ocorre em meio a críticas de alguns países europeus, que cobram compromissos ambientais mais rígidos do Mercosul, especialmente em relação ao desmatamento na Amazônia. Por outro lado, governos sul-americanos pressionam para garantir condições mais favoráveis de acesso a mercados europeus e a proteção de setores produtivos locais.
O encontro em Buenos Aires contou com a presença de presidentes e representantes da Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, além de ministros e observadores de países associados. A cúpula encerrou com a assinatura de declarações conjuntas que reforçam o compromisso com o desenvolvimento sustentável, a integração produtiva, a defesa da democracia e o fortalecimento das relações externas do bloco.