Técnico garante que o elenco terá “pressão na bola e pós-perda” e quer apostar em jovens da base na próxima temporada
Por Sandra Venancio
Quando assumiu o comando da Ponte Preta, a poucas rodadas do encerramento da fase inicial da Série C do Campeonato Brasileiro, o técnico Marcelo Fernandes fez reparos importantes no esquema tático deixado pelo antecessor Alberto Valentim. Agora, com contrato renovado, o comandante alvinegro promete colocar em prática, em 2026, todos os conceitos de jogo nas disputas do Campeonato Paulista, Copa do Brasil e Série B.
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“O que eu posso dizer é sobre o comprometimento do time com bastante intensidade, com pressão na bola e pressão pós-perda. Isso eu não abro mão. Os meus times vão querer jogar e fazer o resultado”, afirmou o treinador à Rádio Bandeirantes de Campinas.

Ataque e defesa equilibrados
Marcelo Fernandes defende que é possível ser ofensivo sem abrir mão da solidez defensiva.
“Em 11 jogos, nós tomamos quatro gols. Se você prestar atenção, o nosso sistema ofensivo foi primordial para que a nossa defesa não fosse tão vazada”, destacou.
“Acredito em um time equilibrado, que marque desde a parte da frente”, completou.
Base valorizada
Os conceitos do treinador passam também pela valorização das categorias de base. Um dos exemplos foi o aproveitamento do atacante Miguel, autor do gol de empate contra o Náutico, no Majestoso — resultado que garantiu o acesso da Ponte após a derrota do rival Guarani para o Brusque por 3 a 2.
“De repente, em uma pré-temporada você encontra um garoto que possa se encaixar desde o começo. Eu quero e vou trabalhar com os meninos da base, porque tem grandes jogadores ali. Vamos com calma para colocá-los no time. Não vamos pular etapas e prejudicar algum garoto”, disse.
Crise e reestruturação
O treinador lembrou que o início de sua trajetória na Macaca foi marcado por um cenário de crise financeira e emocional. O atraso de salários e a sequência negativa de resultados exigiram, segundo ele, um “choque de realidade”.
“A equipe não ganhava há três jogos, os jogadores tinham problemas financeiros e estavam um pouco dispersos. Implantamos o nosso modelo de trabalhar e falamos a verdade. Tivemos que implementar conceitos de treinamento que não fossem tão maçantes. Eu já fui jogador e, por isso, tivemos uma sensibilidade muito boa”, explicou.
Marcelo conta que precisou atuar também como gestor de pessoas, administrando o ânimo e a motivação do elenco em meio à crise administrativa.
Renovação de Elvis é prioridade
Com moral no clube, Marcelo Fernandes acompanha de perto a montagem do elenco para 2026. Ele e o presidente Marco Antonio Eberlin compartilham o desejo de renovar com o meia Elvis, peça fundamental nas campanhas recentes.
“Conversei com ele e a vontade dele é ficar. Mas existem acertos a serem feitos. O presidente gosta muito dele, e ele gosta muito da Ponte. É um jogador que eu não abro mão de jeito nenhum”, afirmou.
O Santa Cruz (PE) já demonstrou interesse no atleta, mas Eberlin garante que há um pré-contrato com a Ponte. Segundo o dirigente, a decisão final está nas mãos do camisa 10, que comprou um imóvel em Campinas, sinalizando intenção de permanecer.
Herói e símbolo recente
Com 126 jogos pela Ponte Preta, Elvis coleciona conquistas: o título da Série A-2 do Paulistão (2023) e o troféu da Série C do Campeonato Brasileiro, ainda a ser entregue oficialmente pela CBF. A cerimônia de premiação, marcada para 25 de outubro, foi adiada após a invasão ao gramado no Majestoso.
A diretoria aguarda a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) sobre possíveis punições.




