A Comissão de Representação instalada na Câmara Municipal para identificar as causa da crise pela qual atravessa a Maternidade de Campinas realiza sua segunda reunião nesta quarta-feira (23/02). Na pauta da reunião os integrantes da comissão vão discutir a situação do terreno da antiga rodoviária e os entraves jurídicos e burocráticos que impedem a solução final da ocupação da área, localizada na Av. Andrade Neves, no Botafogo.
A reunião contará com as presenças do presidente da Maternidade, Carlos Alberto Figueiredo Cortes, do presidente do Sinsaúde, Edison Laércio e dos secretários municipais Antônio Caria Neto (Assuntos Jurídicos) e Carlos Henrique Pinto (Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública). A reunião começa às 16h, no Plenarinho da Câmara, na Avenida Eng. Roberto Mange 66, na Ponte Preta.
A comissão é formada pelos vereadores Dario Saadi (DEM), Biléo Soares (PSDB) e Francisco Sellin (PDT).
A CRISE – Imersa numa das mais graves crises financeiras de sua história de quase um século – completa 100 anos em 2013 – a Maternidade corre o risco de enfrentar uma greve de funcionários pela primeira vez em 20 anos. Os cerca de 900 funcionários protestam contra a suspensão do pagamento do adiantamento quinzenal e pela ameaça de não receberem salários.
Uma greve na Maternidade iria provocar enorme impacto no sistema de atendimento a gestantes e bebês na cidade e região. Ali são realizados 30 partos por dia, em média. De cada 10 nascimentos registrados em Campinas quatro são feitos na Maternidade e, destes, 60% são atendimentos feitos pelo Sistema Único da Saúde (SUS).
O hospital é o centro de referência regional em UTI Neonatal com 36 leitos – contra 10 leitos disponíveis no hospital da PUC-Campinas e 15 no da Unicamp, as outras duas instituições que também oferecerem esse tipo serviço.
Cortes diz que a Maternidade tem hoje um déficit de R$ 500 mil por mês no atendimento do SUS. “Para cada criança internada na UTI a gente recebe cerca de R$ 1 mil, mas chegamos a gastar isso por dia de internação. E é comum, uma criança levada à UTI permanecer internada por pelo menos um mês”, explica Cortes. “É bom lembrar que 90% dos leitos da UTI são destinados ao SUS”, diz.
Segundo ele, o custeio do hospital é de R$ 4 milhões por mês e a receita tem ficado frequentemente abaixo disso. O resultado, é uma dívida com bancos e fornecedores que já chega a R$ 15 milhões.