Neste semestre de 2009, o mercado reage e os empórios comemoram o aumento pela procura de produtos finos nos últimos meses. O Armazém Gourmet, localizado no Cambuí, tem registrado crescimento expressivo nas vendas de vinhos, queijos e outros produtos, para consumo próprio dos clientes e para presentes. A perspectiva é que até o final do ano a recuperação nos segmentos de Serviços e Comércio chegará em níveis próximos dos de 2008.
“Nossas vendas de vinhos e queijos aumentaram neste último período. Os nossos clientes voltaram a procurar produtos finos com mais frequência para consumo próprio e para presentes”, afirma Júlio César Pedrosa, proprietário do Armazém Gourmet. O empório foi inaugurado bem no “olho do furacão” da crise mundial em outubro do ano passado, conseguiu superar os primeiros meses mais difíceis e agora registra a recuperação, com expectativa de aumento no crescimento das receitas até o fim do ano.
Com a crise o reflexo natural das pessoas é de defesa e precaução econômica. Os gastos com produtos considerados supérfluos e o investimento no lazer são deixados de lado. De acordo com o economista da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) Laerte Martins, os empórios e restaurantes sofreram o impacto com a falta de liquidez gerada na economia, com queda no faturamento acima de 10%.
Os campineiros demonstram que a economia da cidade está reagindo e superando o furacão da crise. A volta do consumo de alimentos finos e o investimento em lazer são evidências que confirmam a retomada do crescimento econômico. Segundo o economista Maurício Siqueira, da C&S Projetos e Mercado, a economia começou a se estabilizar e as taxas de juros estão diminuindo, o que indica uma tendência de crescimento. Com o fim de ano, o mercado vai receber uma injeção de dinheiro e os bancos já estão voltando aos poucos a liberar créditos.
A crise
Não é a primeira vez que o brasileiro sofre e supera uma crise. O Brasil já passou por várias turbulências econômicas em planos implantados nos governos José Sarney, Fernando Collor de Mello e outros. “Da década de 70 para cá, o problema com a falta de liquidez no mercado tem sido mais frequente, cada uma em um governo diferente”, explica o economista Maurício Siqueira.
Segundo Siqueira, a crise econômica mundial, teve seu inicio nos EUA, com o estouro de uma bolha na área de investimentos imobiliários. Os bancos emprestaram dinheiro para a compra de imóveis para pessoas sem capacidade de pagamento. Daí, o inicio de uma crise, gerada pela falta destes pagamentos, tendo como consequência a falta de fundos das grandes instituições financeiras. Como os bancos do mundo inteiro têm intercâmbio financeiro, isto é, tomam dinheiro emprestado destas grandes instituições, com a crise delas, houve a disseminação da falta de crédito no planeta. A economia deixou de girar, as indústrias deixaram de produzir, tudo travou, pela falta de capital.
“A crise começou quando as empresas não tinham onde buscar dinheiro, então elas se capitalizaram não pagando os impostos. Neste momento, as empresas se esforçam para saldar suas dívidas e contam com a injeção de dinheiro no mercado nesta época de festas”, afirma Siqueira.