INVESTIMENTO – As 83 milhões de doses de vacina pandêmica que o Brasil adquiriu representam um investimento de R$ 1,006 bilhão. Os imunizantes serão fornecidos pelos laboratórios produtores Instituto Butantan (33 milhões de doses) e Glaxo Smith Kline (40 milhões), além do Fundo Rotatório de Vacinas da Organização Pan Americana de Saúde/OPAS (10 milhões). Leia mais no texto anexo.
OUTRAS AÇÕES DE PREPARAÇÃO – Para a segunda onda pandêmica, o Ministério da Saúde também reforçará as ações de diagnóstico, tratamento e assistência aos pacientes. O número de laboratórios para diagnóstico do vírus pandêmico passou de 7 para 14. Em 2009, estavam credenciadas as três unidades de referência (Instituto Adolfo Lutz/SP, Instituto Evandro Chagas/PA e Fundação Oswaldo Cruz/RJ) e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN) de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Para 2010, estão em fase de estruturação os LACEN dos estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás e Pernambuco.
TRATAMENTO – O estoque nacional de antivirais para o tratamento da gripe pandêmica é de 21,9 milhões de tratamentos. Esse estoque inclui 6,2 milhões de tratamentos em estado bruto, armazenados em tonéis que restaram do estoque estratégico adquirido em 2006 para preparação para uma eventual pandemia de gripe aviária. Também compõem esse estoque de 21,9 milhões outros 11,5 milhões de tratamentos prontos para consumo e outros 4 milhões em matéria-prima estocada em tonéis, comprados para 2010. O Ministério adquiriu também 200 mil tratamentos de zanamivir – medicamento que será usado apenas em eventuais casos de resistência ao oseltamivir.
NOVAS REGRAS PARA OSELTAMIVIR – A partir deste ano, o oseltamivir poderá ser obtido na rede pública de saúde apenas com retenção de receita e a prescrição médica terá validade de cinco dias. O objetivo é evitar automedicação, venda indiscriminada e corrida às farmácias, caso o fabricante tenha produção suficiente para abastecer os estabelecimentos comerciais. A nova determinação está regulamentada pela resolução 70 da diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), publicada no Diário Oficial da União de 23 de dezembro de 2009.
O oseltamivir será distribuído gratuitamente em postos e hospitais definidos pelas Secretarias Estaduais de Saúde e nas 560 unidades do programa Farmácia Popular. O antiviral também estará disponível em alguns pontos da rede conveniada do programa Aqui Tem Farmácia Popular, a preços subsidiados pelo governo federal, conforme disponibilidade do fornecedor.
REDE ASSISTENCIAL – Com o surgimento da nova gripe, foram investidos R$ 525 milhões no fortalecimento da rede pública ao longo de 2009. “Esses recursos vão melhorar não apenas o atendimento aos pacientes durante a segunda onda da pandemia, mas representam um reforço em toda rede assistencial do SUS”, afirma Temporão.
Do total, R$ 270 milhões foram aplicados em equipamentos para fortalecer a rede de leitos de UTI nos estados, com instalação prevista para maio (veja lista abaixo). A quantidade que irá para cada unidade federada está sendo decidida pelo Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais de Saúde. Outros R$ 255 milhões foram aplicados no reforço da atenção básica (Programa Saúde da Família) e na assistência ambulatorial e hospitalar especializada.
EQUIPAMENTOS PARA LEITOS DE UTI
· 4.032 monitores multiparâmetros
· 3.725 ventiladores pulmonares
· 8.893 oxímetros (medidores do nível de oxigênio no sangue)
· 750 desfibriladores
· 700 detectores fetais (para auscultar os batimentos cardíacos do feto)
· 100 eletrocardiógrafos
· 59 bombas de infusão
CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL – Cerca de 300 mil médicos e 292 mil enfermeiros receberão um guia com orientações sobre as indicações para vacinação e informações sobre a gripe pandêmica. Destinado a médicos e enfermeiros, o material (CD e manual) será distribuído em parceria com o CFM e o COFEN. Além disso, estão sendo firmadas parcerias com Instituições de Ensino Superior participantes do PROSAUDE e PET-SAÚDE para a realização de cursos de atualização, a partir de março.
CAMPANHA PUBLICITÁRIA – Para orientar a população, será lançada uma campanha informativa dividida em três etapas. A primeira tem foco na prevenção e será veiculada de 22 de fevereiro a 21 de maio. “Esta fase é muito importante porque a vacina é apenas uma das formas de prevenir a gripe pandêmica. É fundamental que as pessoas mantenham as medidas de higiene pessoal para evitar a infecção pelo vírus”, orienta o ministro José Gomes Temporão.
A segunda fase, entre 5 e 14 de março, terá mensagens de preparação e esclarecimento da população, principalmente com relação aos grupos prioritários para receber o imunizante. E a terceira fase, convocando as pessoas desses grupos para se vacinarem, será veiculada de 15 de março a 21 de maio.
MEDIDAS DE HIGIENE E ORIENTAÇÕES EM CASO DE SUSPEITA DE GRIPE
· Lavar as mãos com freqüência e sempre que tossir ou espirrar
· Utilizar lenço descartável para higiene nasal
· Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
· Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca
· Se surgirem sintomas de gripe (principalmente febre, tosse, dor de cabeça e no corpo), procure o médico mais próximo e não tome medicamento por conta própria.
DOENÇAS CRÔNICAS PARA VACINAÇÃO
Segunda etapa – De 22 de março a 2 de abril
· Obesidade grau 3 – antiga obesidade mórbida (crianças; adolescentes e adultos);
· Doenças respiratórias crônicas desde a infância (exemplos: fibrose cística, displasia broncopulmonar);
· Asmáticos (formas graves);
· Doença pulmonar obstrutiva crônica e outras doenças crônicas com insuficiência respiratória;
· Doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (exemplo: distrofia neuromuscular);
· Imunodeprimidos (exemplos: pacientes em tratamento para aids e câncer ou portadores de doenças que debilitam o sistema imunológico);
· Diabetes mellitus;
· Doença hepática (exemplos: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral);
· Doença renal (exemplo: insuficiência renal crônica, principalmente em pacientes com diálise);
· Doença hematológica (hemoglobinopatias);
· Pacientes menores de 18 anos com terapêutica contínua com salicilatos (exemplos: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki);
· Portadores da Síndrome Clínica de Insuficiência Cardíaca;
· Portadores de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica (exemplos: hipertensão arterial pulmonar, valvulopatias, cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular).