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quarta-feira, novembro 12, 2025
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Mortos na megaoperação do Rio têm idades entre 14 e 55 anos e 1 em cada 3 sem registro do pai

Data:

Levantamento da Folha de S.Paulo, com base em dados da Polícia Civil do Rio de Janeiro, revela perfil dos 115 homens identificados depois da operação nos complexos da Penha e do Alemão: todos homens, média de 28 anos, e 1/3 sem registro do pai

Por Sandra Venancio

Rio de Janeiro – Um relatório divulgado na quarta-feira, 4 de novembro, pela Polícia Civil do Rio em parceria com a Folha de S.Paulo mostra que todos os civis mortos identificados durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão eram homens, com idades entre 14 e 55 anos.

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O procedimento da Polícia Civil informa que dois casos entre os mortos não puderam ser plenamente identificados por perícia inconclusiva. Foto Fernando Frazão/Agencia Brasil

Dos 115 perfis analisados (não incluídos os quatro agentes de segurança mortos e dois pendentes de perícia):

  • A idade média e a mediana foram ambas de 28 anos.
  • O mais novo tinha 14 anos; o mais velho, 55 anos, identificado como Jorge Benedito Barbosa, apelidado “Pará”.
  • 36 pessoas tinham apenas o nome da mãe registrado — ou seja, sem registro de pai.
  • 38% nasceram no estado do Rio de Janeiro; o Pará aparece em segundo lugar, com 19 mortes registradas.
  • Metade (49,5%) tinha pelo menos um mandado de prisão ou de busca e apreensão pendente.
  • Mais de 95% dos perfis analisados eram apontados como ligados à facção Comando Vermelho.

As identidades foram levantadas com base em RG, CPF, fotografias, perfis em redes sociais, histórico criminal e mandados ativos.

A mídia e entidades de direitos humanos levantam questionamentos sobre os critérios da operação policial — realizada na madrugada do dia 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão — e se todos os mortos de fato ofereciam resistência ou participação ativa. O governo estadual, por sua vez, sustenta que a ação era necessária para desarticular uma quadrilha ligada ao tráfico.

A divulgação dos perfis acende o debate sobre racismo institucional, seletividade da força e desigualdade no sistema de justiça penal: o fato de 1 em cada 3 não ter nome do pai sequer registrado aparece como indicador de vulnerabilidade social.

O procedimento da Polícia Civil informa que apenas dois casos entre os mortos não puderam ser plenamente identificados por perícia inconclusiva.

Enquanto isso, o Ministério Público do Rio abriu investigação sobre a operação, verificando se houve uso excessivo da força, execução ou negligência na preservação de cenas e na distinção entre criminosos e civis.

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