Num mundo oprimido pelo cinza das ruas, é difícil mergulhar na obra de Wes Anderson sem estranhamento. as cores primárias saturadas em ângulos abertos e personagens caricatos criam um enganoso universo lúdico – mas não há nada de infantil neste retrato. pelo contrário, poucos são os cineastas capazes de levar tão a sério, e de forma tão original, os dramas que transformam as crianças em jovens adultos e adultos em velhas crianças com temáticas como a desintegração familiar, os amores contrariados, a violência. a concessão à fantasia é um grito contra uma realidade obscura e carregada da pós-modernidade. em Wes Anderson, essa dimensão é extrapolada até o limite do absurdo, o que transforma o diretor num dos símbolos máximos da chamada geração pós-mtv.
23/04 | qui | 19h
moonrise kingdom
wes anderson, 2012, drama-comédia, 94 min, 12 anos
Antes do filme, será exibido o café pocket elitismo, autonomia, populismo: os intelectuais na transição dos anos quarenta, uma entrevista com o sociólogo milton lahuerta , (7 min, 2014).
O especialista analisa a ruptura entre cultura e política após mobilização frustrada de escritores nos anos quarenta e as consequências desse cisma na relação entre autores, público e mercado editorial, e o consequente engajamento esvaziado dos intelectuais ainda nos dias atuais.
local: auditório umuarama – cpfl cultura: rua jorge figueiredo corrêa, 1.632 | chácara primavera | campinas
capacidade: 162 lugares
entrada gratuita, por ordem de chegada, uma hora antes de cada sessão
informações: (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;