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sábado, julho 5, 2025

São mais de 13 templos evangélicos em Sousas, um abuso da fé para palanque político

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Para uma população de aproximadamente 22 mil pessoas, em Sousas e Joaquim Egídio; 13 templos significam um exagero. A proliferação das igrejas aconteceu nos últimos dois anos, talvez reflexo do calendário eleitoral

Ajudar alguém para que não morra de fome é, sem dúvida, uma coisa boa. Mas o que acontece depois que o necessitado, pega o pão sem ver a mão? Quem as igrejas evangélicas fundamentalistas tentam salvar da penúria? E por que querem salvá-lo?

Fomos buscar essas respostas nas ruas de Sousas, onde se instalaram mais de 13 templos, em diferentes linhas religiosas. A nossa reportagem tentou levantar quais os projetos sociais que as igrejas vem desenvolvendo para ajudar as comunidades mais carentes. De acordo com o levantamento, algumas prestam serviços de assistência social, como distribuição de cestas básicas, o que não é o bastante.

Também perguntamos a alguns fieis o que as igrejas oferecem para eles? Um dos fatores que nos chamou a atenção foi o fato que os jovens tem o sentimento de pertencimento a uma comunidade. Se um jovem quer aprender a tocar algum instrumento, por exemplo, vai para a Igreja.

A influência das instituições religiosas estende-se para além dos seus espaços físicos, infiltrando-se nas esferas cultural e social de uma forma que molda profundamente a juventude e as populações mais vulneráveis do país.

Outra constatação listada pela reportagem é o acolhimento emocional que esses espaços promovem. As instituições religiosas evangélicas acabam, desse modo, por organizar a vida em sociedade, principalmente em espaços onde o Estado não chega, como nas periferias.

Outro dado importante que a reportagem levantou é que há mais templos que escolas e hospitais. Dados do Censo 2022 do IBGE levantou que no país, enquanto uma nova igreja surge a cada esquina, localizar leitos de UTI é uma jornada mais difícil, o que traça o retrato revelador de uma nação.

Para uma população de aproximadamente 22 mil pessoas; 13 templos instalados em Sousas, significa um exagero. A proliferação das igrejas aconteceu nos últimos dois anos, talvez reflexo do calendário eleitoral

Questionamos os pastores porque a presença de evangélicos na política cresce de forma exponencial? Qual o projeto de poder?

Segundo os cientistas políticos, a relação entre os evangélicos e a política é perigosa para o Brasil. “Onde há dogma não há raciocínio lógico que sustente um debate”, disse o cientista político professor da Faculdade de Ciências Sociais da PUC Campinas Vitor Barletta Machado

Os mais recentes eventos que envolvem evangélicos fundamentalistas e a política, não deixam dúvidas que, não poderiam misturar política com religião.  Parece que cada evangélico foi treinado e capacitado para cumprir o seu papel de angariar votos para seus candidatos.

Mas as forças evangélicas vem da possibilidade de lavagem de dinheiro em templos religiosos; “intercâmbio” com políticos, narcotraficantes, milícia, e facilidade na abertura de templos religiosos

Segundos dados Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) de 1982 para cá, o número de parlamentares declaradamente evangélicos passou de 12 para 90.

Facilidade para abrir uma igreja

Quais os critérios para se abrir um CNPJ religioso? E se tornar ministro religioso no Brasil? Quem credencia? Quem avalia a qualidade da formação? Pessoas que não estão devidamente preparadas para atuarem dentro da religião profissionalmente no Estado Democrático brasileiro não deveriam poder exercer tal função – de extrema responsabilidade.

Um padre precisa ficar no seminário meses até poder celebrar a primeira missa. Na igreja evangélica, muitas vezes, a formação dura menos de seis meses. Consequentemente, com mais pastores, fica mais fácil abrir igrejas.

A facilidade em formar pastores, em relação a padres no catolicismo, e a instalação de templos em locais estratégicos são apontados, por especialistas ouvidos pelo Jornal Local, como motivos para que cada vez mais brasileiros se autodeclarem evangélicos.

Isenção de Impostos

Qualquer instituição religiosa isenta de IPTU pelo Estado jamais deveria estar usando seus púlpitos para fazer proselitismo político-partidário, que se configura em um ato anticonstitucional, pois fere o princípio da soberania popular no exercício do sufrágio universal. 

A partir da Constituição Federal de 1988, igrejas e templos religiosos passaram a não pagar impostos, por constarem entre as instituições que possuem imunidade tributária, segundo a Constituição Federal de 1988. Deve haver no país uma maior fiscalização por parte do Estado no trâmite de abertura de igrejas e templos religiosos.

Abuso de poder evangélico

É urgente que o TSE proponha novamente a discussão do abuso do poder religioso no processo eleitoral como um ilícito eleitoral. É crucial que Congresso Nacional discuta a equiparação das punições do abuso do poder religioso com o abuso do poder econômico.

Por fim, este flerte com a teocracia veio após anos de uma doutrinação promovida pelas igrejas, baseada no medo, disseminação de desinformação, informação incorreta, má informação e teorias conspiratórias. Está na hora de um choque de realidade nos ambientes evangélicos.  Chega de fomentar o imaginário das comunidades evangélicas com o tal do “kit gay”, o comunismo imaginário e ameaças de perseguição religiosa.

Longe de condenarmos a participação legítima dos evangélicos na política, entretanto, precisamos fazer a faxina da sujeira que parte significativa desse grupo fez. É urgente. É agora. O leite esparramado já possui um odor difícil de suportar.

Aqui no Jorna Local temos refletido muito sobre isso ultimamente. Algo tem que mudar e não podemos mais esperar. Nossa resolução de ano novo para 2025 é concentrar cada pedacinho de energia para evitar uma tragédia em outubro de 2026. Vamos acordar para o fato de que o tempo está se esgotando para evitar um desastre.

Bancada evangélica tem projeto de poder alicerçado em dois pilares: Teologia da Prosperidade e outro é a Teologia do Domínio

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