O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), apresentou no dia 30 à presidente Dilma Rousseff (PT) o edital da obra de interligação do Rio Paraíba do Sul ao Sistema Cantareira. O empreendimento será executado pela Sabesp e vai custar mais de R$ 830 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. As obras devem começar em 90 dias.
Um túnel de 20 quilômetros será construído para ligar a Represa Jaguari – que faz parte da bacia do Rio Paraíba do Sul – até a represa Atibainha, no Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento da região de Campinas e Grande São Paulo. A transferência será feita nos dois sentidos quando sobrar água nos reservatórios.
A previsão é que a transferência no sentido Jaguari – Atibainha fique pronta em um ano e meio. O bombeamento no sentido inverso só estará pronto no fim das obras, daqui a quase três anos.
Na semana passada, o governo federal incluiu no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) as obras de ligação do rio Paraíba do Sul (RJ) ao Sistema Cantareira.
Alckmin explicou que a reunião com a presidente serviu para que ele pudesse explicá-la como serão as obras. Segundo o governador, a interligação do Paraíba do Sul com o sistema Cantareira permitirá tanto o estado de São Paulo como o do Rio de Janeiro a receber água das represas interligadas.
Ao comentar a inclusão das obras no PAC, o que ele classificou como “conquista importante” para São Paulo, Alckmin disse que o edital foi lançado no dia 30 e reafirmou que a ligação ficará pronta em 18 meses. “As medidas (de ligação) não são para este ano. Para este ano, outras medidas já estão sendo tomadas. A ligação é uma obra estruturante, importante e de mão dupla, pois vai levar água do Atibainha (SP) para o Jaguari (RJ) e vice-versa”, afirmou.
Alckmin afirmou nesta que não há “nenhuma decisão” sobre a possibilidade de haver rodízio no fornecimento de água no estado.
Após garantir que não há decisão sobre o rodízio no abastecimento de água em São Paulo, Alckmin afirmou que a utilização da terceira reserva técnica do Cantareira – conhecida como terceira cota do volume do morto – também ainda não foi avaliada.
A seca que atinge principalmente os estados da região Sudeste é considerada pelo governo federal a pior dos últimos 84 anos. No dia 23, seis ministros se reuniram no Palácio do Planalto para avaliar a situação. Após o encontro, Izabella Teixeira (Meio Ambiente) disse que o governo apoiará estados em obras para garantir o abastecimento.
Apoio do governo federal
Ao lado de Geraldo Alckmin, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) disse que o governo federal vai ajudar os estados em ações para garantir o fornecimento de água nos estados da região Sudeste.
Mercadante afirmou que avaliou o cenário da “pior série histórica” de chuvas em São Paulo, com impacto “muito grande” para a segurança hídrica do estado. Segundo o ministro, o governo buscará “parcerias” para aumentar a oferta de água.
“Nós estamos sempre buscando construir essa agenda, onde o governo federal possa participar de projetos que possam ser desenhados, estruturados pelos governos estaduais. […] Nós vamos buscar uma boa coordenação entre a ANA e os governos estaduais para construir parcerias que melhorem essa situação difícil que o Sudeste – e hoje, especialmente, São Paulo – enfrenta”, disse. “Tudo o que estiver ao nosso alcance, nós faremos” completou.




