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sábado, setembro 21, 2024

Drenagem entupida traz lama e alaga condomínio em ‘pedacinho esquecido’

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Chuva deixa lama em rua e alaga condomínio. (Foto: Elaine Cândido)

Pedacinho esquecido. É assim que os moradores do fim da Rua Lourenço Dal Pôrto, Jardim Atibaia, estão apelidando a região. Sem asfalto e com drenagem entupida há mais de vinte anos, o matagal tomou conta do trecho, que virou depósito de lixo e tem causado transtornos aos moradores da via e do Loteamento Condomínio Jardim Botânico, vizinho do fim da rua.

“Quando chove a rua aqui vira lama e a água escorre e inunda o condomínio. Quando não chove é poeira, fora os bichos e mau cheiro por conta dos lixos acumulados”, conta a enfermeira Elaine Cândido, de 40 anos, que mora na Lourenço há dois anos. Desde então, ficou indignada com o problema na porta de sua casa. Viu até caminhão da Prefeitura jogar lixo onde devia escorrer a água, que é região de APP (Área de Preservação Permanente).

“Os lixos e os matagais entupiram a drenagem. A gente tem cortado as árvores, mas quando chove é um caos. Resolvi comprar a briga e tentar resolver”, explica a enfermeira. O que ela não imaginava era a dificuldade que teria. “Os vizinhos disseram que já faz mais de vinte anos. Dona Carmen disse que seria um milagre se eu conseguisse acabar com isso”.

Na teoria…

Além do descrédito dos moradores, Elaine sofreu com a burocracia. E o pior: na prática a rua está com asfalto, drenagem e encanamento. “Fui atrás de tudo quanto é gente, Jonas, Wander, fiz protocolos. Um dia na Prefeitura achei o engenheiro de obras que me atendeu e descobrimos que foi autorizado o corte das árvores em 2013 e que os documentos dizem que já há licença para fazer a obra de drenagem e encanamento e até agora nada”.

A manifestação doCongeapa(Conselho Gestor da Área de Proteção Ambiental)protocolada em setembro de 2012 e aprovada em agosto de 2013 solicita licença ambiental para pequena obra de rede de drenagem com intervenção em APPe corte de seis árvores isoladas, mas nada foi feito. O Relatório Ambiental Integrado Completo cita a necessidade da obra de drenagem.

“A necessidade da obra justifica-se pelas inúmeras e frequentes inundações que a portaria do condomínio vem sofrendo, ocasionadas das águas de chuva que não tem escoamento pela Av. Maria Franco do Amaral Salgado. Parecer favorável aos pareceres técnicos ambientais referentes à obra e compensações ambientais sobre o corte de seis árvores e intervenção na APP, que determina que haja, como compensação ambiental, a recuperação de 1.165,32 m³”.

O departamento técnico – licenciamento ambiental – da secretaria municipal do verde e do desenvolvimento sustentável deu continuidade no processo, objetivando a emissão da Licença Ambiental Prévia e de Instalação concomitante. Isto tudo em 2012.

Burocracia

Segundo a moradora, que tem todos os documentos protocolados em mãos, a informação que lhe foi passada é que falta é terminarem o asfalto para cortarem as árvores e fazer a drenagemno local. “Estamos parados na burocracia. Pagamos IPTU para conviver com lixo, matagal, sujeira, que atrai usuários de drogas. Vim para ter sossego e não estou tendo, pelo contrário”.

Cerca de mil famílias vivem no loteamento condomínio Jardim Botânico, que tem a sua portaria fazendo costas com o fim da rua. Muitos alegam já terem perdido as esperanças. “Quando inunda lá só passa carro grande. Já ouvi muita gente falar que perdeu muita coisa em dia de chuva”.  A Associação dos Proprietários e Moradores do Jardim Botânico de Sousas pretende fazer um abaixo-assinado pedindo a drenagem para solucionar o problema.

Elaine disse ter falado com Wander Vilalba, subprefeito de Sousas, que respondeu não ter forças para fazer algo. “Nem parece que é aqui em Sousas isso. É o pedacinho esquecido. Se fosse caminho para o San Conrado, para os restaurantes de Sousas já estaria tudo arrumado rapidinho”, cutuca a moradora.

Inspeção técnica será feita no local

A Secretaria de Infraestrutura de Campinas informou que o problema é antigo e que o projeto deve estar parado por algum motivo de inviabilidade técnica. A orientação dada é que Elaine, que tem o protocolo, procure a diretoria de projetos da secretaria, para que aja rastreamento e as medidas sejam tomadas.

Enquanto isso, o local deve receber assistência da Coordenadoria das Administrações Regionais, que fará inspeção técnica para ver o que pode ser feito emergencialmente. “Serão analisadas as questões ambientais e o cálculo de máquinas, do material apropriado e do número de homens para o serviço, entrando na programação de reparos para melhorar as condições de tráfego e tirar o desconforto dos moradores da região”, informa em nota.

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