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segunda-feira, outubro 20, 2025
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Pesquisa mostra que brasileiros acham que propaganda em pontos de venda influencia a iniciação ao tabagismo

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Pesquisa da Aliança de Controle do Tabagismo – ACT encomendada ao Instituto Datafolha mostra que a maioria da população brasileira concorda que a exposição dos cigarros nos pontos de venda (PDV) tem influência  no tabagismo, tanto para crianças e adolescentes, como para os adultos.  Os dados apontaram que 74% dos entrevistados acham que a exposição dos cigarros influencia a  iniciação de crianças e adolescentes, enquanto que 66% acreditam que influencia na compra de cigarros por adultos, sendo que  54% dos que responderam eram fumantes.

De forma coerente, a maioria da população, 64%, é favorável à opinião de que “os cigarros devem ficar escondidos da visão do público em geral”.  Mesmo entre os fumantes, essa posição tem adesão da maior parcela (51%). Os fumantes leves, de até 10 cigarros por dia, são mais favoráveis ao “ocultamento” das marcas de cigarros, enquanto os fumantes pesados discordam: 45%.

Apenas 26% dos entrevistados concordam com a exposição dos cigarros de forma visível nos PDVs, da forma como é feita atualmente.

Foram realizadas 2.544 entrevistas, representativas da população com 16 anos ou mais, de todas as classes econômicas, entre 27 e 31 de julho de 2010, em 160 municípios brasileiros.

Estudos sobre fidelidade à marca mostram que a maioria dos fumantes não costuma trocá-la por outra. Quando o faz, 75% mudam para outra marca do mesmo fabricante.  Para  a ACT, os investimentos milionários em publicidade parecem não se justificar economicamente, a menos que fossem para atrair novos consumidores, pois o mercado é bastante estável e os fumantes, tanto aqui  como em outros países, muito fiel à marca que fuma.

Os adultos fumantes sabem perfeitamente bem onde comprar suas marcas preferidas, não precisam de letreiros luminosos e atraentes para decidir qual cigarro fumarão. Esses letreiros são para atrair novos consumidores, especialmente os jovens. Esconder os cigarros da visão do público em geral é uma tendência mundial e uma questão de ética”, diz Paula Johns, diretora executiva da ACT.

Para ler a pesquisa na íntegra, acesse:

http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/538_tabagismo_final.pdf

DIGA NÃO À PROPAGANDA DE CIGARRO!

Manter os produtos derivados de tabaco nos PDVs, mas fora do raio de visão, é uma tendência mundial. Afinal, estudos científicos demonstraram que este é o sentido responsável por 83% da percepção humana, sendo que nossos olhos praticamente “escaneam”  a 100 km/h as mercadorias e os materiais promocionais num PDV.

Várias províncias e territórios do Canadá, além da Tailândia e da Irlanda, têm legislações nesse sentido. Na Inglaterra, a publicidade em pontos de venda será proibida a partir de 2011 para grandes lojas e, a partir de 2013, para pequenas. Estados australianos como Tasmânia, New South Wales,  Australian Capital Territory, Victoria e Western Austrália Islândia também seguem essa legislação. Outras jurisdições dentro da Austrália propuseram o mesmo. A Escócia também discute projeto de lei similar.

A proibição total da publicidade de produtos de tabaco, incluindo em PDVs, é uma das medidas previstas na Convenção Quadro para Controle do Tabaco, tratado internacional do qual o Brasil é signatário. A partir de 2011, prazo legal previsto a partir de sua adesão, o país deve proibir totalmente a publicidade de cigarros sob pena de descumprir os compromissos a que se obrigou internacionalmente.  De acordo com parecer do constitucionalista e Catedrático da Universidade de São Paulo, Professor Doutor Virgilio Afonso da Silva, não há impedimento constitucional para que o Brasil adote a medida. Ao contrário, o país deve adotá-la já que a tanto se obrigou nacionalmente.

Para saber mais sobre o assunto, acesse:

http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/284_parecer_juridico_publicidade.pdf

 

INDÚSTRIA DO TABACO INVESTE PESADO EM PDV

Em maio, uma outra pesquisa ACT/Datafolha mostrou que a maioria dos estabelecimentos de São Paulo que comercializa cigarros possui, num raio de até um quilômetro, alguma escola de nível fundamental ou médio próxima, e mais de um terço tem faculdade nas proximidades.  A pesquisa descobriu que a visibilidade dos cigarros e do material promocional para crianças é mais acentuada nos estabelecimentos com IDH elevado, de grande porte e nas padarias em geral.  Ela também é mais acentuada nos estabelecimentos que possuem escola perto (85%, em comparação com 73% entre os que não possuem escolas nas proximidades).  

Entre outros pontos interessantes encontrados naquela pesquisa ACT/Datafolha, está o fato de padarias,  bancas de jornais  e estabelecimentos de maior porte  terem presença quase maciça de crianças e adolescentes.   Na maioria dos casos (82%), os cigarros encontram-se expostos em displays, e, em 84% dos estabelecimentos, são visíveis para as crianças. Além disso, cartazes de propaganda de cigarros estão visíveis para as crianças em 66% dos estabelecimentos. 

A pesquisa constatou, também, que em 83% dos estabelecimentos, os cigarros ficam próximos de balas, chocolates ou doces.  Esse percentual atinge quase a totalidade, nas padarias, nos estabelecimentos de grande porte e nos situados em regiões de IDH muito elevado.  Em 93% dos locais, os cigarros ficam próximos do caixa.

Em relação à propaganda nos PDVs, a pesquisa chegou à conclusão que 2/3 dos estabelecimentos pesquisados possuem material promocional de cigarros, em geral próximo à área de exposição do produto: 69% dos estabelecimentos têm material promocional de cigarros, 68% têm este tipo de material na área destinada à venda de cigarros, 10% têm material em outras áreas do estabelecimento. 

Há destaque para a presença de material promocional entre as padarias, os estabelecimentos de médio e grande porte e os situados nas áreas de IDH muito elevado.

Para conhecer essa pesquisa, acesse:  

http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/537_cigarros_no_pdv.pdf

 

A PRESENÇA DE JOVENS NOS PDVs

Em 2008, pesquisa ACT/Datafolha feita em seis capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Brasília), com jovens de 12 a 22 anos, constatou que 79% deles viam cigarros à venda nas padarias, enquanto 71% já tinham visto o produto nos supermercados. A maioria (58%) dos que frequentam bares também disseram ter visto cigarros sendo vendidos nesses locais. Dos que freqüentavam lojas de conveniência, 38% disseram ter visto cigarros à venda. Essa taxa é de 37% entre os que costumavam ir a bancas de jornais, de 31% entre os que iam a postos de gasolina e de 29% entre os que costumavam fazer compras em camelôs. 

A maioria dos entrevistados achou que a exposição de cigarros nestes locais influenciava na iniciação ao fumo. Para 37%, essa exposição influenciava muito, e, para 34%, influenciava mais ou menos as pessoas a começar a fumar, totalizando 71%. Apenas 28% achavam que essa exposição não tinha qualquer influência na iniciação dos fumantes. 

A maioria (63%) achava que pessoas de sua idade podem sentir vontade de fumar ao ver os cigarros expostos em locais de venda. Essa taxa chegava a 71% entre os que têm entre 12 e 14 anos; ela é de 68% entre os que têm de 15 a 17 anos e de 56% entre os que estão na faixa dos 18 a 22 anos.

Esta pesquisa de 2008 pode ser acessada, na íntegra, em http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/222_Datafolha-pontos-de-venda-2008.pdf 

Para mais informações sobre esse tema, acesse

http://www.actbr.org.br/uploads/conteudo/539_FACTSHEET_PESQUISAS_OPINIAO_051110.pdf    e  consulte também nosso hotsite: www.propagandasemcigarro.org.br

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