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terça-feira, dezembro 16, 2025
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Polícia cumpre mandados em Campinas e Hortolândia contra fraudes bancárias

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Fraude em maquininhas avança para Campinas e linha de investigação aponta uso profissional de laranjas

A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (9) a Operação Azimut contra um grupo suspeito de furto e estelionato digital no sistema financeiro, responsável por desviar R$ 19,2 milhões de uma empresa de gestão de recebíveis ligada a maquininhas de cartão. O esquema, que usava credenciais legítimas para acessar contas de clientes, direcionava os valores para duas empresas, uma delas com movimentação de R$ 6,8 bilhões em apenas dois anos — valor considerado incompatível com suas atividades declaradas.

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Oito pessoas foram presas e 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo nove na capital paulista e três em Campinas, com participação da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER) e apoio do Deic de Campinas. O alvo inclui os donos das empresas beneficiadas e um escritório contábil responsável por intermediar operações financeiras suspeitas.

A investigação aponta que o grupo não só desviou milhões usando dados bancários válidos, como teria construído empresas com grande circulação financeira para justificar depósitos de origem criminosa. Foto SINPOL/SP

A investigação aponta que o grupo não só desviou milhões usando dados bancários válidos, como teria construído empresas com grande circulação financeira para justificar depósitos de origem criminosa. Uma delas, que recebeu R$ 7 milhões do golpe, registrou movimentação de quase R$ 7 bilhões no mesmo período, valor que não corresponde ao seu porte real.

A operação de julho, considerada o primeiro desdobramento, já havia prendido três pessoas identificadas agora como laranjas do núcleo financeiro. Eles atuavam com contas abertas em seus nomes para receber parte do dinheiro furtado, permitindo que os reais proprietários permanecessem ocultos na cadeia de comando e no fluxo de capitais.

A presença de um escritório de contabilidade entre os alvos abre nova linha de investigação: a participação ativa de profissionais para criação de empresas, estruturas de movimentação atípica, blindagem fiscal e circulação de valores para fora do sistema financeiro regulado. O foco está na emissão de notas fiscais, abertura de filiais, constituição de sócios fictícios e contratos de prestação de serviços inexistentes.

O padrão, segundo investigadores, se aproxima de crimes já encontrados em casos nacionais de fraudes com maquininhas e fintechs, onde empresas menores assumem o papel de intermediárias para mascarar origem de recursos desviados de sistemas de pagamento.

Risco de vazamento de credenciais e falha de segurança do setor

A Azimut revela a fragilidade de plataformas de gestão de recebíveis quando credenciais legítimas são capturadas ou manipuladas. A investigação tenta identificar se o acesso ilegal ocorreu por falha interna, cooperação de funcionários ou por ataque externo. O volume e a rapidez da transferência levantam a hipótese de que o grupo conhecia a arquitetura de segurança dos sistemas e sabia como contornar travas de auditoria.

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