O autor revisa as principais políticas públicas que marcaram nosso país. Sua analise acurada permite ao leitor entender parte das reivindicações da população negra brasileira, que busca a implementação de ações afirmativas, entre elas o Estatuto de Igualdade Racial e as cotas nas universidades.
Frases e ditos populares afirmam que os brasileiros não têm memória, pois esquecem facilmente o que se passou. Não é o caso daqueles que foram excluídos ao longo da história. O livro Políticas públicas e ações afirmativas (144 p., R$ 19,90), lançamento da Selo Negro Edições, mostra que o passado do Brasil não foi esquecido e merece mais de uma interpretação. Partindo dessa premissa, o sociólogo Dagoberto José Fonseca revisa as principais políticas públicas que marcaram o país – do período colonial aos dias de hoje. Com base em sua análise é possível entender as reivindicações da população negra brasileira, que busca a implementação de ações afirmativas no país.
A obra é a primeira da Coleção Consciência em Debate, coordenada por Vera Lúcia Benedito, mestre e doutora em Sociologia/Estudos Urbanos pela Michigan State University (EUA) e pesquisadora e consultora da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. O objetivo desse projeto é debater temas prementes da sociedade brasileira, tanto em relação ao movimento negro como no que concerne à população geral.
O livro foi dividido em duas partes. A primeira aborda o conjunto de políticas públicas constituídas pelo Estado monárquico português do descobrimento até o período escravista brasileiro. A segunda trata das políticas públicas formuladas da abolição da escravatura até os dias de hoje. Em dez capítulos, são abordados temas como as leis abolicionistas no bojo da resistência negra e popular, as políticas sociais e ações afirmativas no século XXI e as políticas de cotas e o Estatuto da Igualdade Racial.
Por meio de uma análise histórica ampla e profunda, o autor recupera os acontecimentos políticos que relegaram ao negro o lugar da exclusão, da desigualdade e da injustiça social. Assim, justifica a necessidade de ações específicas para resgatar a dignidade da população negra, por exemplo políticas que atendam o mais breve possível aos negros que têm entre 15 e 25 anos. “São jovens que concluíram o ensino médio ou estão prestes a concluí-lo e não têm nenhuma perspectiva de futuro no sistema socioeconômico e cultural vigente”, afirma o autor, que desde 1985 está envolvido com a questão racial.
O livro mostra que a história das políticas públicas e das ações afirmativas no Brasil permeia a luta para diminuir as desigualdades sociais e combater o racismo. O autor conclui que a mídia, a escola e o governo têm papel fundamental na eliminação do racismo, mas também é essencial a ação consciente e sistematizada dos movimentos sociais e de outras instâncias da sociedade civil.
O autor
Dagoberto José Fonseca é graduado, mestre e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É docente da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), estando vinculado ao Departamento de Antropologia, Política e Filosofia e ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da mesma instituição. Entre 2005 e 2007, foi coordenador geral do Programa de Ações Afirmativas para a População Afro-Brasileira do Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão (Nupe). Atualmente, coordena o Centro de Estudos das Culturas e Línguas Africanas e da Diáspora Negra (Cladin), também da Unesp.
Título : Políticas públicas e ações afirmativas – Consciência em Debate
Autor: Dagoberto José Fonseca
Coordenadora da coleção: Vera Lúcia Benedito
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 19,90
Páginas: 144
ISBN: 978-85-87478-39-9
Atendimento ao consumidor: 11-3865-9890
Site: www.selonegro.com.br