Decisão do STF transforma plenário em palco de polarização; pedidos por regras mais claras e atuação da Comissão de Ética precisam ganhar força
Por Sandra Venancio
A retomada das sessões ordinárias da Câmara de Campinas nesta segunda-feira (4) foi marcada pela forte repercussão da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O episódio dominou as discussões e ofuscou qualquer avanço nos projetos voltados à cidade, evidenciando a influência do ambiente político nacional nas casas legislativas locais.
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Apesar de o plenário da Câmara ser o espaço destinado para debates e deliberações sobre temas municipais, a pauta nacional tomou conta das falas e discursos dos vereadores, ampliando a polarização política. Não houve nenhum projeto ou requerimento relacionado a assuntos locais que conseguisse escapar ao clima de disputa ideológica instaurado no Legislativo.
Essa situação tem gerado críticas tanto da sociedade quanto de parlamentares que defendem que a tribuna deve ser prioritariamente usada para tratar das demandas da cidade, enquanto pautas nacionais e a disseminação de fake news deveriam ser evitadas nesse espaço.
Vereadores e especialistas em política local apontam que a Comissão de Ética da Câmara precisa exercer um papel mais ativo e rigoroso, definindo com clareza quais temas são permitidos para discussão e combatendo a propagação de informações falsas ou discursos que desviem o foco do interesse público local.
A cobrança é para que os debates sobre questões nacionais, tão presentes em redes sociais e televisão, não invadam os espaços legislativos municipais, preservando o propósito original da Câmara de Campinas de atuar diretamente em benefício da população local e fiscalizar o Legislativo