Presente durante décadas na vida de milhões de residências brasileiras, as lâmpadas incandescentes deixam, em definitivo, de fazer parte do cotidiano da população a partir de hoje, quando passa a vigorar a proibição para a importação, a comercialização e a fabricação deste tipo de lâmpada em todo País. Daqui para frente, apenas poderão ser vendidos para a população os modelos halogêneos, fluorescentes compactos e LED.
Embora seja um dos ícones da história da energia, a restrição à utilização das lâmpadas incandescentes começou em 2012, como reflexo do avanço de novas tecnologias mais eficientes. Naquele ano, o governo federal iniciou a proibição da venda de equipamentos com potência superior a 150 W. No ano seguinte, os modelos entre 100W e 60W foram retirados das prateleiras e, em 2014, entre 60W e 40W. Agora, a legislação eliminou do mercado as lâmpadas com potência inferior aos 40 W.
De acordo com o gerente de Eficiência Energética da CPFL Energia, Luiz Carlos Lopes Jr., o principal ganho para a população com a substituição das lâmpadas é a economia financeira a longo prazo. Uma lâmpada incandescente, em média, tem uma vida útil de 750 horas, ao passo que as fluorescentes têm 6 mil horas e as de LED podem passar das 25 mil horas.
“Durante muito tempo, não houve o desenvolvimento de novas tecnologias em lâmpadas. Isso mudou nos últimos anos, e novos processos passaram a ser utilizados. Por isso, ainda existe um impacto maior no custo inicial de aquisição das lâmpadas fluorescentes e de LED. Mas o investimento é compensado com a vida útil delas e, principalmente, com a economia no consumo de energia”, explica Lopes Jr.
A economia de energia, segundo o coordenador da EE, pode chegar até 85% no comparativo entre os equipamentos incandescentes e os de LED. Já uma lâmpada fluorescente gera uma economia de até 75% se comparada com um modelo comum que produz a mesma luminosidade. “As lâmpadas incandescentes emitem cerca de 5% da energia que consomem em luminosidade, sendo que o restante é transformado em calor. Por isso, esta lâmpada não é um equipamento eficiente”, acrescenta. O calor emitido também contribui para aumentar a temperatura do ambiente, colaborando para o maior uso de ar-condicionado e refrigeradores durante os meses do verão.
Outro ponto destacado por Deters é relacionado à cor da luz. Com a evolução da tecnologia, alguns equipamentos de LED já conseguem se aproximar do tom mais amarelado, associado ao maior conforto, produzido pelas lâmpadas incandescentes, não deixando os ambientes tão brancos, uma das principais queixas de muitos consumidores. Com a inserção de novos produtos no mercado, a tendência é de que a composição dos ambientes fique cada vez mais agradável e possa reproduzir qualquer tipo de iluminação que antecedeu a tecnologia de LED.
Nos últimos 15 anos, a quantidade de lâmpadas eficientes doadas a população pelo Programa de Eficiência Energética das distribuidoras da CPFL Energia superaram três milhões de unidades. Em 2015, foram 134.754 mil lâmpadas por modelos LED distribuídas para famílias beneficiadas pelo projeto Comunidades Eficientes. No mesmo período, as distribuidoras também investiram R$ 7 milhões para tornar mais eficientes a iluminação de prédios públicos e empresas de serviço público, hospitais, entidades filantrópicas e escolas públicas, com doação de lâmpadas e substituição de iluminação por sistemas eficientes.