Bancada acusa governador paulista de crimes de responsabilidade por endossar pressão estrangeira e facilitar saída de ex-presidente investigado por tentativa de golpe
Foto Fabio Rodrigues Pozzebon/Agencia Brasil
A bancada do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo protocolou nesta segunda-feira (22) um pedido de impeachment contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O partido o acusa de cometer crimes de responsabilidade ao apoiar ameaças econômicas dos Estados Unidos contra o Brasil e por supostamente ter atuado para facilitar a fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em inquérito sobre tentativa de golpe de Estado.
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Segundo o documento apresentado à Alesp, Tarcísio teria extrapolado suas atribuições como chefe do Executivo estadual ao “endossar medidas hostis de um governo estrangeiro contra a soberania nacional”, em referência ao tarifaço anunciado por Donald Trump, que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos.
A bancada do PSOL também aponta que o governador teria contribuído de forma direta ou indireta para a saída de Jair Bolsonaro do país, com a intenção de evitar sua responsabilização no âmbito das investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a trama golpista que buscava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
“O governador de São Paulo está vinculado a uma estrutura que, além de antidemocrática, busca enfraquecer a soberania do país ao se alinhar com interesses estrangeiros em detrimento do povo brasileiro”, diz o texto do pedido.
A peça será analisada pela presidência da Alesp, que decidirá se o pedido será arquivado ou encaminhado para tramitação. Para que o processo de impeachment avance, é necessário o apoio de pelo menos dois terços dos deputados estaduais — o que depende da correlação de forças políticas na Casa, onde Tarcísio ainda conta com base sólida de apoio.
O governador ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido. Assessores próximos classificaram a iniciativa como “eleitoreira e sem fundamentos”. A base governista na Alesp afirma que o pedido não deve prosperar.
O PSOL, por sua vez, afirma que o impeachment é uma resposta institucional necessária diante do que considera “colaboração com interesses antinacionais e desrespeito à Constituição”.