A balança comercial da Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentou, em setembro, um resultado positivo das exportações em relação ao mesmo período de 2017, registrando um valor de 453,2 milhões de dólares em produtos vendidos ao exterior – 11% a mais do que no ano passado. O valor também é o maior registrado em 2018.)
O número, de acordo com o levantamento do Observatório PUC-Campinas, é proveniente do aumento nas exportações de veículos, medicamentos, autopeças e partes de motores. No que se refere às importações, setembro apontou queda de 7,9% na comparação com os dados de 2017, sobretudo pela diminuição na compra de aparelhos telefônicos e defensivos agrícolas.
Para o economista Paulo Oliveira, responsável pelo estudo – oriundo da interpretação de dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços –, o desfecho favorável no mês na pauta de exportações se explica, também, pela comercialização de insumos de média-alta complexidade, que responderam por mais de 60% do valor total exportado no período. “A situação, aliada à redução na exportação de bens menos complexos, representa uma condição benéfica à região, pois produz efeitos na demanda por mão de obra mais qualificada, e maior capacidade de geração e distribuição de renda”, destacou.
No tocante às importações, a queda na compra de produtos de média-média , como aparelhos de telefonia, cosméticos e substâncias agrícolas, e média-alta complexidade, como compostos heterocíclicos e borracha sintética, também sinaliza um avanço para a RMC. “Considerando a habilidade da região para produzir bens destas categoriais, isso pode significar uma diminuição da dependência externa”, frisou o docente.
Balanço anual
Mesmo com o resultado de setembro, o déficit da balança comercial na Região Metropolitana de Campinas continua crescente: no acumulado do ano, a diferença entre as importações e as exportações já atingiu 6,02 bilhões de dólares. No comparativo com o último estudo divulgado pelo Observatório PUC-Campinas, houve um aumento superior a 13%.
Campinas é o Município com maior participação nas transações, tendo exportado, ao longo de 2018, o valor de 844,7 milhões de dólares, e importado produtos que ultrapassam 2,3 bilhões. As cidades de Paulínia, Indaiatuba, Sumaré, Vinhedo, Valinhos, Americana, Itatiba e Jaguariúna também exibem números expressivos.
Observatório PUC-Campinas
O Observatório PUC-Campinas é responsável pelo monitoramento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e está, atualmente, amparado em quatro eixos temáticos: Atividade Econômica/Comércio Internacional; Emprego/Renda; Sustentabilidade/ Desafios do Milénio; e Indicadores Sociais. Os estudos se estruturam na seleção de indicadores e análise sistêmica de dados que podem ser usados em diversos setores da sociedade.