20.9 C
Campinas
segunda-feira, julho 7, 2025

Saiba o que é voto útil e porque ele é importante para a democracia

Data:

Uma votação expressiva no 1° turno, com mais de 50% dos votos, pode consolidar uma posição da sociedade sobre qual é a condução política desejada pela maioria.

 

 

 

Na reta final da campanha para as eleições 2022, a disputa pelo chamado voto útil para presidente da República tem ganhando repercussão e atraído a curiosidade dos eleitores.

É que este ano, o voto útil pode eleger o ex-presidente Lula (PT) já no primeiro turno, acabando com a tensão de uma das campanhas mais agressivas da história.

De acordo com todas as pesquisas eleitorais, o petista tem mais de 50% dos votos válidos. A eleição é definida em primeiro turno, quando um dos candidatos consegue 50% dos votos válidos mais um, totalizando a maioria dos votos. O cálculo é feito considerando apenas os votos válidos. Brancos e nulos não entram no cálculo, de acordo com critério da Justiça Eleitoral.

Esses dados levaram o PT e adeptos da eleição de Lula a fazer uma campanha pelo voto útil para, como se diz no meio político “liquidar a fatura no primeiro turno”.

Mas o que significa mesmo o termo ‘voto útil’? ainda questionam alguns eleitores.  O voto útil, segundo os especialistas, é uma tática utilizada para convencer o eleitor a votar em candidato que não é necessariamente a sua primeira opção, com o objetivo de terminar logo o processo eleitoral.

As opiniões sobre o voto útil se dividem na sociedade, principalmente, entre os candidatos sem chance de vencer o pelito, mas “faz parte do jogo político democrático”, explica a professora e cientista política da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Maria do Socorro Sousa Braga.

Segundo a professora, historicamente, o voto útil aparece quando há contextos políticos como o atual no Brasil, de polarização extrema da direita contra a esquerda. “Já existia a tendência à polarização e sempre se observou as duas candidaturas [Lula e Bolsonaro] se sobressaindo e as outras não chegando a dois dígitos”, ela diz.

Em uma disputa em que se tem duas forças, a tendência é o eleitor “não querer desperdiçar o voto e a tendência é migrar para uma das forças, em especial para quem temais chances de ocupar o cargo”, acrescenta a cientista política.

O voto útil é e sempre foi bastante legítimo. Não pode ser considerado uma atitude antidemocrática

– Maria do Socorro Sousa Braga

Seguindo a mesma linha de raciocínio da professora, o secretário de Administração e Finanças da CUT, Ariovaldo de Camargo, afirma que o voto, acima de tudo, é uma escolha individual do eleitor.

“Em toda a democracia, o processo de escolha é individual. Cada um faz a sua opção. E faz parte do processo eleitoral democrático o candidato pedir votos para si”, diz o dirigente reforçando que a decisão final é sempre do eleitor.

Ari lembra que o fenômeno do voto útil tanto é natural que já aconteceu em outras eleições. “Isso já foi usado em 2018. A candidatura de Geraldo Alckmin derreteu na última semana antes do primeiro turno porque os votos foram transferidos para quem estava mais à frente, inclusive o próprio Ciro Gomes [candidato a presidente pelo PDT], que hoje ataca o voto útil, acabou sendo beneficiado e tendo mais votos do que sua candidatura comportava”.

 

 

Vitória no primeiro turno reforça a democracia

O dirigente explica ainda que uma votação expressiva no 1° turno, com mais de 50% dos votos, pode consolidar uma posição da sociedade sobre qual é a condução política desejada pela maioria.

“Determina que política a sociedade quer para o país. É uma demonstração de que a sociedade já fez a sua escolha, ainda que tenha se valido do voto útil. Mostra que a maioria dos eleitores quer um futuro diferente do que há hoje”, diz o dirigente

Decidir uma eleição em 1° turno é sinal sólido de qual é o desejo da maioria. É o movimento democrático mais intenso que pode acontecer nesse momento em que o país enfrenta ameaças sérias à democracia

– Ariovaldo de Camargo

 

Voto útil nas pesquisas

A última pesquisa Idec (antigo Ibope), divulgada nesta segunda-feira (26) mostra que 83% dos eleitores brasileiros afirmam estar decididos em quem irão votar nessas eleições. Os que afirmam que ainda podem mudar de voto são 17%.

Entre os eleitores de Lula, 90% dizem que a decisão de votar no petista é final. Nos que apontaram que vão votar em Bolsonaro, o percentual é 87%.

Os eleitores de Ciro Gomes e de Simone Tebet são os menos decididos sobre seu voto. Entre os eleitores do pedetista, 48% afirmam que ainda podem mudar de voto. O percentual de Tebet é de 45%.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Lula defende fortalecimento do Mercosul e ampliação de parcerias estratégicas durante Cúpula em Buenos Aires

Avanço do acordo com União Europeia e apresenta prioridades...

Lula defende justiça tributária para reduzir peso de impostos sobre trabalhadores

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta...

Gleisi Hoffmann lidera ofensiva para reaproximar governo e Congresso após crise do decreto do IOF

Diante da crise deflagrada pela derrubada do decreto que...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade