20.9 C
Campinas
segunda-feira, julho 7, 2025

Salário mínimo não paga nem a cesta básica em São Paulo

Data:

O poder de compra dos trabalhadores mais pobres não para de cair. Em SP, cesta básica custa R$ 14,12 a mais do que o piso nacional. Foto Ricardo Stuckert

 

 

Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu o governo, em 2019, e deu início ao fim da política de valorização do salário mínimo, que garantia aumento real, criada nos governos do PT, o poder de compra dos trabalhadores e das trabalhadoras mais pobres, que ganham o piso nacional, não para de cair.

Em maio, o valor da cesta básica ampliada divulgada pela Fundação Procon de São Paulo, custou R$ 14,12 a mais do que o salário mínimo na capital paulista.

A cesta ampliada subiu 1,36% em maio, para R$ 1.226.12 – o piso nacional está em R$ 1.212 desde janeiro deste ano, quando foi reajustado em 10%, sem o aumento real garantido pela política de valorização que Bolsonaro exterminou.

Quatro meses depois, o valor do mínimo já é insuficiente para comprar uma cesta básica ampliada, cujo valor subiu 12,69% no acumulado do ano. Em 12 meses, a alta é de 18,07%, segundo a Fundação Procon-SP.

Quando a política de valorização do salário mínimo ainda estava em vigor, em setembro de 2019, o piso nacional era de R$ 998, comprava uma cesta de R$ 739,07 e sobravam R$ 258,93.

 

Diferenças entre as cestas básica ampliada e a tradicional

A pesquisa da cesta básica ampliada, realizada após a assinatura de um convênio entre o Procon e o Dieese, considera a renda média de São Paulo e acompanha os preços de 41 produtos essenciais de alimentação, limpeza e higiene pessoal.

Já a tradicional pesquisa nacional do Dieese sobre os preços da cesta básica nas capitais, acompanha os preços de 13 produtos básicos, como está definido no Decreto Lei nº 399/1938.

 

Brasileiros que ganham o mínimo

No Brasil, 36,4 milhões de trabalhadores formais e informais ganham o salário mínimo atualmente – 8,2 milhões a mais do que no final de 2018, quando Bolsonaro ganhou a eleição presidencial.

No governo de Dilma Rousseff (PT) o índice de trabalhadores que ganhava o piso nacional era de 27,7% (11% a menos do que hoje). No final do governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), em 2018, já tinha subido para 30,09% e, com Bolsonaro atinge seu ápice com 38,22%.

A crise sanitária tem aprofundado a tendência de achatamento dos salários no Brasil que começou depois do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, mas o fim da política de valorização do salário mínimo ampliou o arrocho salarial, afirma a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino.

De acordo com a técnica, o fim da política contribuiu ainda mais para esse achatamento porque “o trabalhador perdeu uma ferramenta que ajudava a melhorar o rendimento durante as negociações salariais”.

 

A política de valorização do salário mínimo colaborava para empurrar para cima os salários e isso ocorria não apenas para quem ganhava o piso nacional. O efeito positivo era para toda a pirâmide salarial

– Adriana Marcolino

“Agora, vemos o movimento inverso, inclusive, com aumento de pessoas recebendo menos de um salário mínimo”, complementa a técnica do Dieese.

 

Aposentados também foram prejudicados

O fim da política de valorização do salário mínimo atingiu também a renda de 24,4 milhões dos 36,5 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários de programas assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que recebem o piso.

Com informações do Valor.

Fonte CUT

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Hackers exploram falhas em sistema e desviam R$ 800 milhões do sistema financeiro brasileiro

Um Pix atípico de R$ 18 milhões realizado às...

Mercosul e EFTA concluem negociações de Acordo de Livre Comércio e amplia oportunidades de exportações

O anúncio encerra um processo de negociações iniciado em...

Bancos passam a checar dados do Pix com Receita Federal para evitar fraudes

A partir desta terça-feira (1º), entra em vigor uma...

Ciesp alerta que alta dos juros impacta a geração de empregos para mais de 60 milhões de brasileiros

Rafael Cervone, presidente do Centro das Indústrias do Estado...
Jornal Local
Política de Privacidade

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) já está em vigor no Brasil. Além de definir regras e deveres para quem usa dados pessoais, a LGPD também provê novos direitos para você, titular de dados pessoais.

O Blog Jornalocal tem o compromisso com a transparência, a privacidade e a segurança dos dados de seus clientes durante todo o processo de interação com nosso site.

Os dados cadastrais dos clientes não são divulgados para terceiros, exceto quando necessários para o processo de entrega, para cobrança ou participação em promoções solicitadas pelos clientes. Seus dados pessoais são peça fundamental para que o pedido chegue em segurança na sua casa, de acordo com o prazo de entrega estipulado.

O Blog Jornalocal usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Confira nossa política de privacidade: https://jornalocal.com.br/termos/#privacidade