Governador paulista chama reação brasileira de “marcha da insensatez” e isenta maior economia do mundo de responsabilidade
Por Sandra Venancio – Jornal Local – Foto Reprodução Redes Sociais
Enquanto os Estados Unidos de Donald Trump impõem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu direcionar suas críticas… ao próprio Brasil. Em vez de defender o país ou cobrar reciprocidade diante de um ataque econômico direto, optou por ecoar um discurso de submissão: segundo ele, foi o Brasil quem “agrediu” os EUA, nosso “parceiro histórico”.
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A declaração foi dada nesta quinta-feira (7), após reunião com outros governadores da oposição na casa de Ibaneis Rocha (MDB), no Distrito Federal. Para Tarcísio, a tensão com os EUA representa uma “marcha da insensatez” — não por parte de Trump, mas do governo brasileiro.
É o mundo ao avesso: a maior potência do planeta impõe tarifas abusivas e escancaradamente retaliatórias, e quem leva o carimbo de imprudente é o país que sofre o golpe. No universo político de Tarcísio, a culpa é do agredido.
Segundo o governador, o Brasil “tomou um caminho muito ruim”, sem citar que essa rota inclui medidas para proteger a indústria nacional e diversificar as relações comerciais. Para ele, o problema não está no tarifaço norte-americano, mas na falta de “datas, prazos e ações concretas” por parte do Planalto.
Discurso Contestado
As falas de Tarcísio de Freitas foram classificadas por economistas e analistas de comércio exterior como distorcidas ou enganosas. Ao afirmar que o Brasil “agrediu” os Estados Unidos, o governador omite que o tarifaço de 50% foi uma medida unilateral de Donald Trump, sem respaldo em disputas oficiais na Organização Mundial do Comércio (OMC) e, incitado por Eduardo Bolsonaro. Além disso, especialistas ressaltam que a tentativa brasileira de diversificar parceiros comerciais e proteger setores estratégicos está prevista em acordos internacionais e não configura “ataque” econômico. Para críticos, o discurso de Tarcísio inverte papéis e favorece a narrativa norte-americana, minimizando o prejuízo direto à indústria e aos exportadores nacionais.