O vereador Sebá Torres (PSB) se reuniu, no último dia 14, com os moradores da Fazenda Santa Maria para discutir os problemas daquele local. As coletas de lixo, o transporte regular e escolar, além das condições das estradas, estão entre os principais problemas enfrentados pela população daquela área rural.
Além dos moradores, participaram da reunião o Engenheiro do Departamento de Limpeza Urbana, Adhemar Fernandes Júnior e o encarregado da coleta de lixo do período noturno, Celso Roberto Bonfá. Ambos tomaram conhecimento sobre os problemas relacionados à coleta de lixo e discutirão soluções com os seus superiores.
Para o vereador Sebá Torres, a solução é a manutenção regular das estradas, com sangria nos leitos para que água não fique acumulada provocando buracos. Outra alternativa é a implantação de caixas de contenção, muito utilizadas em estradas rurais, para que se evite, também, a erosão. Só dessa forma, o acesso de veículos estará assegurado, complementou o parlamentar.
Estudantes esperam transporte por horas
Crianças da Fazenda Santa Maria sofrem com o serviço de transporte
As crianças residentes na Fazenda Santa Maria sofrem com o transporte que as levam à Escola Estadual Barreto Leme, em Joaquim Egídio. Segundo denúncia, recebida pelo vereador Sebá Torres, os estudantes esperam a van e o ônibus por mais de uma hora após o término das aulas. Ainda segundo a denúncia, a escola fecha às 17h e as crianças ficam do lado de fora do prédio, sujeitas à riscos, tais como tráfico de drogas, atropelamentos e violência.
“O Distrito tem o privilégio de conservar ainda um estilo de vida de cidade de interior, porém não podemos deixar de adotar medidas de prevenção e controle na segurança dos nossos moradores. Permitir que as crianças fiquem expostas a todo tipo de perigo e as intempéries climáticas, no meu ponto de vista, é um absurdo e uma vergonha. Não podemos continuar assim”, ressaltou Sebá.
As crianças afirmam que já chegaram a esperar o transporte até as 20h. Segundo elas, nenhum responsável da escola as acompanha, enquanto esperam o ônibus. Elas afirmam também que não é sempre que tem ronda policial e que não tem acesso ao banheiro e ao bebedouro.
Sandra Aparecida Lucas é mãe de duas crianças que utilizam o transporte escolar. Segundo a responsável, até o ano passado não havia problema, mas neste ano os atrasos passaram a ser constantes. Ela ainda afirma que um dos motoristas alegou que o problema é em decorrência das péssimas condições da estrada e que as crianças chegaram a perder aula porque o ônibus estava com problemas. Sandra ainda questiona se a manutenção dos transportes é feita de maneira adequada.
No período da manhã, o veículo passa na Fazenda Santa Maria às 5h e no período da tarde às 11h. As aulas começam, respectivamente, às 7h e às 13h. As crianças costumam chegar em suas casas às 14h e 19h. Segundo Sandra, cerca de 30 crianças, com idade entre seis e sete anos, utilizam o transporte. O ônibus vai a Joaquim Egídio e os alunos que seguem para Sousas e Nova Sousas precisam trocar de veículo.
Sandra Aparecida Correa, mãe de uma criança de 8 anos, está preocupada com o tempo que as crianças passam fora da escola. Aparecida Rosana, mãe de duas crianças, uma de 10 e outra de 14 anos, revela sua preocupação com as drogas.
Para Adriano Andrade, representante dos moradores, a escola poderia desenvolver atividades extras, das 17h às 18h: “Eu me preocupo com a segurança das crianças e organizei a reunião para acharmos uma solução. A questão do transporte escolar é nossa prioridade”.
Segundo as mães, a empresa contratada pela Prefeitura recebe para fazer seis linhas, mas executa apenas quatro. Além disso, muitas vezes a van sofre com o excesso de passageiros. Ela tem capacidade para 16 crianças, mas leva 22.
O vereador Sebá Torres já pediu esclarecimentos ao Executivo: “Dentro de 15 dias teremos uma resposta oficial da Prefeitura Municipal, esse prazo pode ser expandido por mais 15 dias caso a Secretaria de Educação necessite”.
Ele também levou a situação à Câmara dos Vereadores: “A tragédia que aconteceu no Rio de Janeiro mobilizou a Comissão de Segurança da Câmara para discutir melhorarias na segurança das escolas. Eu citei a situação da Barreto Leme, antes de investirmos em tecnologias como câmeras e detectores de metal, precisamos analisar questões básicas como a logística do transporte e horários de funcionamento das escolas, bem como a infraestrutura de muros e vias de acesso aos prédios escolares”.
A Comissão de Segurança da Câmara receberá, no mês de abril, o Major Marci Elber, do 8º batalhão da Polícia Militar e os secretários de Cooperação em Assuntos de Segurança Pública, Carlos Henrique Pinto e de Educação, José Tadeu Jorge. Sebá Torres promete indagar o secretário de Educação sobre a situação na Barreto Leme e os demais sobre a ronda escolar efetuada na região.
Segundo a diretora da escola, Sandra Maria Aparecida Ribeiro, os alunos não esperam o transporte desacompanhados. Segundo ela, a própria ou alguns professores vigiam as crianças, mas reitera que não é obrigação da escola o monitoramento dos alunos após o horário das aulas. Ela afirmou, também, que avisou o subprefeito de Joaquim Egídio, Paschoal Bortoletto sobre a situação.
Paschoal Bortoletto encaminhou um e-mail ao setor de transportes da secretaria Municipal de Educação, no qual questiona os atrasos e a utilização de um micro-ônibus para efetuar o transporte em zonas rurais, o que facilitaria o acesso.
O setor de transporte da secretaria Municipal de Educação já pediu o posicionamento da empresa sobre a situação e aguarda resposta.
Segundo o comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar do interior, Tenente-Coronel Arraez, a ronda escolar é efetuada diariamente e após às 17h é dada uma atenção especial à Escola Estadual Barreto Leme, justamente por causa do atraso do transporte. Ele afirma que pais de alunos também ajudam a vigiar as crianças, não deixando-as desacompanhadas.
A empresa Branca de Neve Turismo, responsável pelo transporte das crianças da Fazenda Santa Maria, alega que as crianças de 1º ao 4º ano saem às 17h10, mas que a turma do 5º ano sai, duas vezes por semana, às 18h. A empresa está tentando contato com o setor de transportes da secretaria da Educação para solucionar os problemas. Segundo a empresa, o atraso foi maior nos últimos dias porque o motorista da linha está afastado e seu substituto ainda não se habituou ao itinerário. Ainda segundo a empresa, quando ocorrem mudanças de programação nas escolas e creches que recebem seu transporte, o horário de todo itinerário fica comprometido.