Ainda durante o mapeamento dos macacos-pregos-galegos e guaribas-das-mãos-ruivas, os pesquisadores do CPB identificaram populações de espécies exóticas de mico-de-cheiro (Saimiri sp.). Essa espécie, do gênero Saimiri, é endêmica da Amazônia e pode trazer grandes prejuízos para as espécies típicas da Mata Atlântica do Nordeste.
“Eles estão ali porque foram soltos por pessoas que compraram animais do tráfico ilegal ou porque foram apreendidos e soltos de qualquer jeito na mata. Isso é muito sério”, avisa o pesquisador Marcos Fialho. Ele informa que não se pode soltar animais não nativos de uma região em outra em virtude dos vários problemas que essa soltura pode trazer para o meio ambiente.
Segundo ele, o CPB vai elaborar soluções para promover o controle dos primatas exóticos no Nordeste antes que o estrago seja maior. “Temos várias questões associadas a isso. Em primeiro lugar, podem levar doenças parasitas, epizootias, zoonoses, além de vírus e bactérias da amazônia que não existem na Mata Atlântica; em segundo, eles competem por alimento com as espécies nativas; e, em terceiro, devoram espécies nativas, incluindo aí as ameaçadas, como aves, anuros e outras”, alerta o pesquisador.