
O estimulo a leitura deve começar bem cedo para avivar na criança a vontade de consumir livros e formar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. Essa é a sugestão da escritora Margareth Park, autora de 10 trabalhos infantis, com inúmeros trabalhos em congressos na área da memória e leitura e contribuição na organização em quase duas dezenas de publicações com outros escritores. Formada pela Unicamp em Pedagogia e doutora em Metodologia de Ensino, Margareth lembra como foi marcante a partir dos 6 anos de idade, as suas primeiras ‘travessuras’ literárias no prédio da Biblioteca Municipal ‘Guilherme de Almeida”, no distrito de Sousas quando ainda ficava contíguo ao prédio da Subprefeitura.
“Minha mãe sempre me estimulou a ler”, lembra. “Eu percorria toda a biblioteca em busca de livros, viajava para África, para Egito”, conta saudosa. O prazer da leitura se apresentou a ela desde a mais tenra idade. O livro era um objeto de extremo interesse a ser explorado: a capa, o papel, o título, as letras, gravuras, o cheiro. A biblioteca de Sousas era um lugar extremamente importante para a construção de conteúdo de sua personalidade, e mais tarde viria a se tornar uma educadora e ‘fazedora’ de livros.
Naquele tempo não era comum uma menina com 6 anos de idade ir a biblioteca. A frequência nas escolas começava nessa faixa de idade e em geral as crianças não procurava a biblioteca para ler. E quando faziam é que havia um direcionamento. A curiosidade levava a buscar gibis, livros infantis, revistas com fotonovela.
“Minha mãe também tinha carteirinha e também pegava livros para mim”, relembra. Ao longo do tempo teve fases com temas de interesse que queria desvendar: os infantis, policial, mitologia, romance, bibliografia. O desafio do texto do livro encerrava um desafio na própria leitura.
Descobertas, conhecimento, empoderamento, viagens, travessuras de levar consigo o objeto de sua adoração. Lia muito e um pouco de tudo. Na escola teve grande destaque pelo nível de leitura alcançando o 1º e 2º lugares. Recorda-se com carinho de um livro de Geografia que usou para estudar no colégio. Com havia mais de um volume na biblioteca, a bibliotecária Zuleica podia renovar o empréstimo da publicação a cada 15 dias.
Margareth para que foi uma época de poucos recursos para compra de livros e para o consumo de bens culturais pagos como teatro e cinema. Por isso, a biblioteca foi seu primeiro espaço de interação com o vasto mundo exterior.
Hoje, as publicações infantis são as mais vendidas no mercado editorial, destaca Margareth. São muitos autores e livros em variados formatos destinados as crianças de varias faixa etária. Livros ‘brinquedos’ manipuláveis, alguns de plástico a prova d’água, outros para montar, recortar, colar, chamativo, ilustrado, colorido.