O vereador Zé Carlos (PSB) entregou, nesta segunda-feira (30), sua carta de renúncia ao cargo na Câmara Municipal de Campinas (SP), dias depois de confessar ao Ministério Público (MP) que solicitou propina para renovar o contrato de uma empresa quando era presidente do Legislativo.
A renúncia ocorre em meio à repercussão do depoimento prestado por Zé Carlos ao MP, no qual ele admitiu ter pedido pagamento indevido a uma empresa prestadora de serviços para garantir a continuidade de um contrato com a Câmara. A revelação gerou forte pressão política, motivando vereadores a discutirem a abertura de uma Comissão Processante que poderia culminar em sua cassação.
A carta de renúncia foi protocolada nesta manhã na presidência da Casa e deve ser lida em plenário na sessão ordinária desta segunda-feira. Com isso, o suplente do partido deverá ser convocado para assumir a cadeira deixada por Zé Carlos.
Em nota, o vereador afirmou que decidiu deixar o mandato “para não prejudicar o andamento dos trabalhos legislativos” e que “colaborará com todas as investigações”. A defesa do parlamentar reforça que ele está à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos.
A Câmara de Campinas ainda não se pronunciou oficialmente sobre os próximos passos, mas líderes partidários avaliam que a renúncia evita um desgaste político prolongado para o Legislativo municipal.
O caso reacendeu o debate sobre a transparência nos contratos públicos firmados pela Câmara e deve motivar discussões sobre novas regras de fiscalização interna para evitar irregularidades.
Zé Carlos estava em seu segundo mandato como vereador e já havia presidido a Casa em legislaturas anteriores. O Ministério Público prossegue com as investigações para apurar se há outros envolvidos no esquema e se houve repasse de valores.