
Fábio Morandi, aposentado de 53 anos, está há mais de 10 anos cuidando dos gatos na Lagoa do Taquaral em Campinas. Segundo Fábio os gatos são abandonados e sofrem maus tratos pelos frequentadores.
“Eu vinha caminhar todo dia na lagoa e via o sofrimento dos gatos, comecei a capturá-los para castrar, trazia ração e tratava deles”, conta.
Os felinos do parque são abandonados pela população. Muitos são castrados com recursos próprios e veterinários voluntários. O objetivo é tratar os animais, alimentando-os, mas sem proliferá-los.
Segunda a médica veterinária, Raira Pavanello Andrade, as gatas castradas são tatuadas na orelha para identificação. “Castramos muitos gatos, machos e fêmeas (que são tatuadas na orelha). Meu trabalho como voluntária é não cobrar pela consulta, por saber a dificuldade que eles têm e a quantidade de animais existentes na lagoa. Quando eles precisam dou o suporte, avalio o tratamento e repasso ao Fábio”, afirma a veterinária.
Atualmente, a Lagoa conta com cerca de 120 felinos, frequentemente encontrados envenenados ou destroçados por chutes, pauladas ou tijoladas.
“As pessoas pegam gatos achando que não vai dar trabalho, ficam com medo de gastar dinheiro quando ficam doentes ou quando a gata está prenha e aí abandonam os animais aqui, muitos gatos são de raça”, Ele faz um apelo. “Vá aos parques e jardins da cidade de Campinas, mas não maltrate os animais, vejo pessoas jogando pedras nas capivaras, nos gatos, os pais incentivam as crianças a puxarem os animais pelo rabo, chutar, é muito triste”, lamenta.
No dia 3, Fábio e a veterinária Raira iniciaram a vacinação antirrábica nos gatos na lagoa e a finalização deve ser concluída em aproximadamente 45 dias.
O dentista Paulo Haddad auxilia e apoia o trabalho de Fábio, ele participou da vacinação no local e pretende unir um grupo de pessoas que possam doar remédios e ração para que o Fábio dê continuidade no trabalho.
“O Fábio é um grande amigo e tenho acompanhado o trabalho dele, sei que muitas pessoas não conseguem ajudar com o tempo livre, mas conseguem doar ração e medicamento, vamos unir forças para que esse trabalho bonito continue e sirva de exemplo para outras pessoas”, afirma Haddad.
A bióloga da Unicamp, Célia Bresil, é voluntária aos sábados há 10 anos, ela cuida da alimentação e mantém as casinhas dos gatos limpas numa determinada região da lagoa. “Eu adoro animais, principalmente os gatos. E os gatos da Lagoa precisam de pessoas que ajudem a cuidar deles. É um trabalho de amor mesmo”, diz Célia.
Hoje Fábio recebe chamadas de urgência de vários locais para auxiliar nos cuidados com os gatos. Quem tiver interesse em ajudar pode entrar em contato com o ambientalista (19) 98143-1428.




