Por Caroline Nunes
A Leishmaniose Visceral é uma doença de evolução crônica e sistêmica, caracterizada em cachorros por febre, perda de peso rápida, anemia, tosse, crescimento das unhas, afeta articulação, aumento do baço e fígado, e músculo da face atrofia. Tratando o animal é possível, a mortalidade acontece em apenas 10% dos casos. Em 2009 foram registrados sete óbitos em doenças tratadas em seres humanos em 105 casos. Os sintomas no homem são: febre intermitente, aumento do baço e fígado, aronexia, depressão.
A doença pode ser transmitida aos seres humanos através da picada de um mosquito, conhecido como mosquito-palha, que também pode transmitir a doença ao cão doméstico. Esse fato dificulta o controle da doença no meio urbano, visto que, o cão pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente, tornando-se um reservatório da doença.
O primeiro caso em Campinas foi descoberto no Residencial Colinas do Ermitage, o dono da cachorra da raça pointer, chamada Athena, que preferiu não se identificar diz: “Meu cachorro nunca saiu de Campinas”. Athena tem nove anos e foi trazida de Barão Geraldo, após 40 dias de vida.
Suspeita-se que o cachorro pegou a doença da fazenda que faz divisa com os arredores. Existe ao todo no loteamento uma média de 200 cães, que passarão por uma triagem e será feita a coleta de sangue para identificar os casos. “O momento é de investigação, existem casos que demora até dois anos para apresentar alguma sintoma”, afirma Douglas Presotto – médico infectologista do Centro de Controle Zoonoses.
O Caso Athena, como está sendo chamado, começou em maio deste ano, quando a cachorra começou a ter alguns sintomas, como problema na pele e respiratórios. A cadela foi levada ao veterinário e após vários exames, somente em setembro o médico decidiu fazer a sorologia, que deu positivo.
A Secretaria Municipal notificou por escrito aos moradores do Ermitage, a confirmação do caso canino, e está realizando ações para avaliar o real impacto da doença. “Apenas o caso Athena está confirmado, ou outros são apenas suspeitos. Em curto prazo está sendo confirmada a doença”, conclui a Secretaria.
Hoje, a doença é considerada um problema de saúde pública mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. No Brasil, apresenta comportamento epidemiológico cíclico, com elevação de casos em períodos médios a cada cinco anos, podendo ser observadas diferenças nesse comportamento entre estados e municípios. No último ano, 4.125 novos casos humanos da doença foram registrados.
Mas além desses dados que já são preocupantes, as autoridades estão em alerta com São Paulo e Minas Gerais. No Estado de São Paulo a situação é alarmante, desde a identificação da presença do inseto em 1997, da doença em cães em 1998 e do primeiro caso humano em Araçatuba em 1999, a Leishmaniose se estabeleceu no Estado e vem se alastrando silenciosamente da região oeste para a leste, sentido capital. Nos últimos cinco anos o número de casos humanos reportados no Estado dobrou (144 para 313) e os especialistas já temem a chegada da doença na maior metrópole da América do Sul.
Para controlar o avanço da doença, o Ministério da Saúde determina que todos os cães infectados após investigações e com resultados de exames positivos deverão sofrer eutanásia, pois é um risco pra saúde pública. Outro vértice dos programas da Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral tem sido controlar a proliferação da doença por meio da aplicação do inseticida de ação residual.
Campinas não é uma área endêmica. As áreas de maior infecção são: Araçatuba, Bauru, Campo Grande, Belo Horizonte. O proprietário de Athena esteve em Bauru há 4 anos atrás. A hipótese de vetores não esta sendo descartada.
A forma de infecção é feita através do vetor remoto, animal silvestre (gambá, cachorro do mato, raposa) e áreas endêmicas (fonte de infecção).
Suspeitas de Leishmaniose devem procurar o Centro de Saúde de Joaquim Egídio
Fone: 3298-6484 / 3298-6627 – André.
e-mail: csjoaquimegidio@yahoo.com.br