Esse pedido de Comissão Processante é mais um ataque misógino, de uma continuada violência política de gênero de um setor que não admite a presença de uma mulher negra e trabalhadora no parlamento campineiro, disse a vereadora
Nesta terça-feira (07/06), o presidente do PRTB de Campinas, Rogério Parada, protocolou um pedido de instalação de CP (Comissão Processante) que pode levar à cassação da vereadora Guida Calixto (PT). A argumentação é que a vereadora praticou quebra de decoro parlamentar ao distribuir uma cartilha às escolas em que incentiva a violência, que estaria materializada na frase “fogo aos racistas”.
Veja na íntegra a nota da vereadora
Hoje, 7 de junho, recebi a notícia de que membros do PRTB protocolaram um pedido de Comissão Processante por quebra de decoro parlamentar pela produção da História em Quadrinhos Territórios Negros, produzido pelo nosso mandato.
Esse pedido é parte de um ataque organizado pela extrema direita bolsonarista, que busca, pelo Brasil afora, ampliar a escalada da violência política, aprofundar as políticas neoliberais, retirar direitos econômicos e sociais da classe trabalhadora, privatizar as empresas públicas.
Em Campinas, esse projeto político expressa-se por um pequeno bloco parlamentar de extrema direita que protagoniza fatos lamentáveis em nossa cidade: a negação das vacinas, o combate ao uso de máscaras pelas crianças nas escolas, a perseguição à educadores e parlamentares, a defesa de um governo genocida e de suas políticas de fome. Esse setor é o mesmo que mobilizou integrantes de movimentos fascistas, integralistas e supremacistas na Câmara Municipal, acarretando nos ataques racistas contra a Vereadora Paolla Miguel.
Neste momento, numa demonstração de intolerância racial e de preconceito, atacam um material que apresenta territórios, organizações e ações da população negra de Campinas, valorizando a cultura afro-brasileira. Não é coincidência que esse ataque ocorre no mesmo momento em que a CPI antifascista foi aprovada e que eu fui designada como relatora. Um dos componentes desse bloco de extrema direita teve a coragem de afirmar, em plena sessão, que foi um perigo aprovar uma CPI antifascista organizada pela esquerda.
Esse pedido de Comissão Processante é mais um ataque misógino, de uma continuada violência política de gênero de um setor que não admite a presença de uma mulher negra e trabalhadora no parlamento campineiro.
Esse tipo de ameaça e intimidação não me farão recuar dos princípios e valores que eu defendo. Meus passos vêm de longe, carregam o sofrimento e a luta de mulheres e homens que enfrentaram situações muito mais adversas, que derrubaram ditadores, que sonharam com a construção de um mundo mais justo e solidário, que combateram todo tipo de preconceito e opressão.