O bolsonarista Tarcisio de Freitas enfrentou dificuldades para aprovar sua candidatura, visto que não morava no estado.
A TV Band realizou na noite deste domingo (7) a primeira rodada de debate dos candidatos aos governos estaduais. Foram realizados encontros em oito unidades da Federação. Em São Paulo, participaram Fernando Haddad (PT), , Rodrigo Garcia (PSDB), Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Atualmente, o petista, apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lidera com certa folga as pesquisas eleitorais, seguido pelo bolsonarista Tarcísio e pelo tucano Garcia.
O primeiro bloco do debate entre os candidatos foi marcado por perguntas previamente elaboradas pela produção, além de uma rodada de embates diretos entre os concorrentes. Logo no início, a segurança pública foi a primeira pauta; em especial a questão da multiplicação das chamadas ‘cracolândias’, cenas coletivas de uso de drogas. Os candidatos defenderam que o tema é de responsabilidade do governador. “Tudo que acontece no estado é assunto do governador. Alfabetização, saúde pública”, disse Haddad.
Domicílio de Tarcísio
Já o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) respondeu, inicialmente, dizendo que agradece “a Deus pela minha vida”. A interação entre Haddad e Tarcísio foi marcada por trocas de farpas. Haddad fez uma pergunta sobre projetos para a Educação. Tarcísio, ao responder, declarou que Haddad teria sido mau prefeito da capital. “Pesquisem pior prefeito de São Paulo no Google”, disse. Haddad respondeu prontamente: “Entrem no google também e pesquisem genocida e vejam quem não comprou vacinas. Vocês são responsáveis pela crise sanitária que vivemos. Lamento o tom de agressividade falando em Deus. Deus é vida, paz e proteção da vida”.
Haddad também alfinetou Tarcísio em razão de sua mudança de domicílio. O bolsonarista enfrentou dificuldades para aprovar sua candidatura, visto que não morava no estado. “Te dei as boas vindas a São Paulo. Se adeque ao nosso padrão de civilidade”, disse. Quem também lembrou que Tarcísio não é paulista foi o atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB). “Até ano passado vocês estavam escolhendo qual estado você iria disputar. Seu chefe (Bolsonaro) queria Goiás, Mato Grosso. Bem-vindo a São Paulo”, disse.
Propostas
Ainda em diálogo direto, Haddad lembrou de projetos de sua autoria quando ministro da Educação no governo Lula. Ele disse que, entre suas propostas para a Educação, está a criação de programas espelhados nestas experiências de sucesso. “Nós abrimos as portas das universidades para a juventude. Programas como Prouni, Sisu, Fies. Melhoramos a educação básica com Fundeb e Ideb. Ampliamos o acesso às creches e melhoramos o ensino fundamental. Hoje, temos uma situação difícil, em especial com o ensino médio. É responsabilidade direta do governador”.
“Tarcísio sabe qual o melhor ensino médio do Brasil? É público federal. Precisamos trazer a proposta do ensino médio federal público para São Paulo. A proposta dos Institutos Federais (Ifes). Contamos com a força do Centro Paula Sousa (CPS), Etecs e Fatecs. Faremos parcerias com o Sistema S e vamos apoiar os prefeitos. Boa parcela das crianças de 8 a 10 anos não estão alfabetizadas”, completou o petista. Já o bolsonarista também bateu na tecla de reforçar o CPS. “Vamos reforçar Fatecs, CPS, parcerias com centros privados de educação técnica”.
O candidato do partido Novo questionou Cezar sobre a questão da segurança pública. “Não dá pra trabalhar polícia civil e militar separadas. Guardas municipais também. Tem que unificar boletins de ocorrência. 42 celulares são roubadas por hora em São Paulo”, disse. O pedetista, ex-prefeito de Santana do Parnaíba, apresentou propostas de valorização e fortalecimento das polícias civil e militar. ” Vamos estruturar as polícias para que trabalhem em conjunto. Vamos custear as despesas da Polícia Civil. Santana de Parnaíba hoje é a cidade mais segura do estado de São Paulo. Assim quero fazer”.