Ofensiva contra o Supremo cresce após revogação de vistos por Trump e operações da PF contra Bolsonaro
Foto Roberto Jayme/ASCOM/TSE
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro elevaram o tom dos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), com foco no atual presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso. A nova investida ocorre em meio a investigações que miram o ex-mandatário e à revelação de que os Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, revogaram vistos de ministros do STF e seus familiares.
A escalada de críticas e ameaças partiu de núcleos bolsonaristas nas redes sociais e se intensificou após novas ações da Polícia Federal envolvendo Jair Bolsonaro, além de decisões judiciais que impuseram restrições ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, Barroso passou a ser o principal foco da retórica hostil que antes se concentrava majoritariamente no ministro Alexandre de Moraes. A mudança no alvo coincide com a crescente insatisfação com a atuação do STF em processos que envolvem aliados bolsonaristas, além da atuação da Corte em temas sensíveis como regulação das redes sociais e defesa da democracia.
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A notícia da revogação de vistos americanos de ministros do Supremo e seus familiares — sob suposta influência de Donald Trump, aliado político de Bolsonaro — também foi utilizada como munição retórica contra os magistrados, alimentando teorias conspiratórias e a narrativa de que o Judiciário brasileiro estaria sofrendo um cerco internacional.
Analistas políticos avaliam que a ofensiva contra Barroso faz parte de uma estratégia de radicalização que visa reforçar o discurso de perseguição e mobilizar a base mais fiel do ex-presidente. A movimentação também se insere no contexto das eleições municipais de 2024 e da tentativa de manter Bolsonaro como liderança política relevante, apesar das investigações em curso.
Integrantes do STF veem com preocupação o crescimento dos ataques e monitoram as redes sociais em parceria com órgãos de segurança. Nos bastidores, ministros avaliam que a retórica bolsonarista visa deslegitimar instituições e preparar o terreno para eventuais confrontos políticos e judiciais futuros.