Parlamentar brasileira divide espaço com quase cem mulheres além da capacidade do presídio de Rebibbia, em Roma
Foto Agencia Brasil/Reprodução
Desde que foi presa na última terça-feira (29), a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) encontra-se custodiada na penitenciária feminina Germana Stefanini, parte do complexo de Rebibbia, na zona nordeste da capital italiana. O local, considerado um dos maiores presídios femininos da Europa, enfrenta atualmente uma grave situação de superlotação.
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De acordo com dados atualizados do Departamento de Administração Penitenciária da Itália, o presídio abrigava, até o fim de junho, 369 mulheres, número que supera em quase cem internas a capacidade oficial da unidade. A situação coloca Rebibbia entre os exemplos mais críticos da crise carcerária italiana, que possui a terceira pior taxa de superlotação da União Europeia.
A penitenciária Germana Stefanini é um dos três presídios exclusivos para mulheres no país. Sua estrutura, voltada para a custódia de detentas de diferentes perfis – incluindo estrangeiras, condenadas por crimes de colarinho branco, tráfico e crimes violentos – é frequentemente apontada por organizações de direitos humanos como deficiente em recursos de reabilitação e atendimento psicológico.
Zambelli foi detida em Roma após alertas emitidos pelas autoridades brasileiras, em um processo que envolve investigações da Polícia Federal por suposta obstrução à Justiça e conexões com redes de desinformação. Segundo fontes do Ministério da Justiça italiano, a deputada foi considerada em “condição de risco diplomático”, o que justificou sua rápida custódia em regime fechado.
O governo brasileiro acompanha o caso por meio do consulado em Roma, enquanto os advogados da parlamentar tentam garantir sua soltura ou transferência para prisão domiciliar. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal não se pronunciou sobre eventuais pedidos de extradição.
O caso reacendeu o debate sobre a situação carcerária na Europa e os desafios da cooperação internacional em crimes políticos transnacionais.
Por Sandra Venancio – Jornal Local