Prefeito de São Paulo afasta defesa anterior do ex-presidente e atribui episódio a tensão emocional e uso de medicamentos, enquanto cenário político de 2026 começa a ser reconfigurado
Dois dias após afirmar que Jair Bolsonaro sempre respeitou decisões judiciais, o prefeito Ricardo Nunes adotou tom mais cauteloso ao comentar a prisão do ex-presidente e disse não compreender o que teria motivado a tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica.
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A declaração foi dada na noite de segunda-feira, em um evento que reuniu políticos e empresários na zona sul da capital. Segundo Nunes, a versão divulgada pela imprensa — de que Bolsonaro estaria sob efeito de medicamentos no momento em que tentou forçar o equipamento — sugere um quadro de forte desgaste emocional. O prefeito afirmou ser “difícil entender” o comportamento do ex-presidente e disse acreditar que fatores de saúde e tensão psicológica pesaram na decisão.

A fala marca um recuo em relação ao posicionamento adotado no sábado, quando Nunes defendeu publicamente Bolsonaro antes mesmo da divulgação das imagens que mostravam a tornozeleira danificada. O alerta de rompimento do equipamento foi um dos elementos considerados pelo ministro Alexandre de Moraes ao determinar a prisão do ex-presidente na sede da Polícia Federal, em Brasília.
A possibilidade de Nunes suceder o governador perdeu força ao longo do ano, sobretudo após críticas feitas pelo vice-prefeito, coronel Mello Araújo, aliado de Bolsonaro, à administração estadual. O prefeito citou o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth como nome mais provável para disputar o governo paulista dentro do campo político alinhado ao Republicanos.
Dados de Pesquisa
Levantamentos de institutos como Genial/Quaest e Atlas Intel mostram que crises envolvendo o entorno de Bolsonaro têm provocado oscilações no eleitorado de direita em São Paulo, com impacto direto na avaliação de aliados regionais. Estudos publicados entre 2024 e 2025 indicam que a percepção pública sobre estabilidade emocional e credibilidade jurídica de lideranças políticas atua como variável decisiva em cenários de alta polarização, influenciando alianças e projeções eleitorais antecipadas




