Centroavante muda postura, tenta deixar lesões para trás e vira peça-chave no Paulistão e no mercado
Principal referência ofensiva da Ponte Preta, o centroavante Jeh iniciou a pré-temporada com um objetivo claro: recuperar a forma física e técnica antes da estreia no Campeonato Paulista, marcada para o dia 11 de janeiro, contra o Corinthians, na Neo Química Arena. Aos 26 anos, o atacante sabe que o Estadual será determinante tanto para sua afirmação em campo quanto para o futuro financeiro do clube.
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Internamente, a situação é tratada com franqueza. Enquanto o discurso público aponta confiança no atleta, a diretoria nunca escondeu que uma eventual venda representaria alívio importante para os cofres da Macaca. O diretor de futebol, Marco Antônio Eberlin, já admitiu em diferentes ocasiões que o clube observa o mercado e não descarta negociações, especialmente diante do cenário financeiro delicado após o rebaixamento.

O coordenador de futebol, João Brigatti, relembrou os problemas físicos que marcaram a trajetória recente do atacante, mas destacou uma mudança significativa de comportamento nesta pré-temporada. Segundo ele, Jeh apresenta postura mais focada e intensidade maior nos treinamentos, o que pode recolocá-lo no radar de clubes de maior investimento, inclusive do exterior. A avaliação interna é que o Campeonato Paulista funcionará como vitrine natural para possíveis interessados.
A aposta em uma boa largada na temporada atende a dois interesses centrais. O primeiro é esportivo. Em 84 jogos pela Ponte Preta, Jeh marcou 26 gols e deu cinco assistências, números considerados relevantes, mas diretamente afetados pela sequência de lesões. Em 2023, uma hérnia de disco exigiu cirurgia e afastou o jogador por três meses. Sem seu principal finalizador, a equipe terminou a Série B com apenas 24 gols, o pior ataque das duas principais divisões nacionais naquele ano.
Em 2024, o histórico clínico se agravou. Uma lesão muscular em setembro interrompeu a temporada do atacante. Ele voltou apenas no dérbi contra o Guarani, em outubro, e voltou a sentir o problema logo após a partida. Jeh ficou fora de seis jogos decisivos e a Ponte acumulou cinco derrotas consecutivas, encerrando a Série B rebaixada, com 38 pontos. Na sequência, o jogador passou por cirurgia para retirada do músculo reto femoral da coxa direita, procedimento indicado quando há separação do músculo em relação ao osso de origem.
Na temporada atual, os problemas físicos voltaram a limitar sua utilização. Jeh atuou em apenas 17 das 39 partidas disputadas pela equipe. Nas finais da Série C, por exemplo, entrou apenas no segundo tempo da vitória por 2 a 0 sobre o Londrina.
Mesmo assim, o ativo segue valorizado no papel. O contrato do centroavante vai até janeiro de 2027. A Ponte Preta detém 60% dos direitos econômicos, enquanto a Itapirense possui os outros 40%. A multa rescisória é de R$ 40 milhões para clubes brasileiros e 40 milhões de euros para transferências internacionais. Em um mercado inflacionado, dirigentes admitem que uma boa sequência no Paulistão pode acelerar propostas.
Enquanto define o futuro de Jeh, a Ponte também avança na reformulação do elenco. O clube está próximo de anunciar o lateral-direito Gabriel Inocêncio, que atuou pela Chapecoense e teve destaque no vice-campeonato paulista do Água Santa, em 2023. Ele já trabalhou com Marcelo Fernandes no Santos e passou por Juventude, Vitória e São Bernardo.
A diretoria já confirmou as chegadas do goleiro Thiago Coelho, do zagueiro Wallace, do meia Cristiano e do atacante Hebert. Também são aguardadas as apresentações do lateral-esquerdo Bryan Borges, do zagueiro Wallison Maia e do volante André Lima, que ainda busca liberação junto ao Pay




