20.9 C
Campinas
domingo, setembro 22, 2024

Stef – A Sobrevivente narra uma emocionante lição de vida

Data:

A superação de dificuldades marca duas histórias que chegam ao público em maio, com o lançamento do livro, Stef – A Sobrevivente, da romancista Vera Lúcia Claro. Uma é o drama de Stef, adolescente alemã descendente de judeus que foi perseguida por um oficial nazista, obcecado por sua beleza, durante a II Guerra Mundial. A outra, é a da autora Vera Lúcia Claro, uma impressionante seqüência de desafios e muita perseverança para concretizar a sua obra. Entre a história da personagem e da autora, um paralelo: lições de sobrevivência.

Vera Lúcia Claro tinha 33 anos de idade e escolaridade equivalente ao quarto ano primário quando, em 1995, decidiu escrever este romance. A história foi integralmente manuscrita em cadernos do tipo Universitário e parte do livro escrita sob a luz de uma lamparina improvisada numa lata de massa de tomate. Em 2001, com a história chegando ao seu final, Vera sofreu um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico – AVCI (derrame) que paralisou parcialmente o lado esquerdo de seu corpo. Determinada, tal qual a personagem que idealizou para a história, não desanimou e, aumentou seus esforços dedicando-se aos estudos com o objetivo de preparar-se para os exames supletivos que, anos depois, permitiram o seu ingresso na universidade, e a graduação em Pedagogia, em janeiro de 2008. Foram oito anos desde o início até a conclusão do livro.

Vera parece ter transposto o seu próprio sofrimento e tenacidade para Stef, uma vez que, também a personagem, fortalece-se a cada obstáculo vencido, validando, assim, a importância da estrutura e dos laços familiares. A autora apaixonou-se tanto pela personagem que custou a colocar um ponto final na história. Tanto, que o romance será contado em uma trilogia. Vera já trabalha na releitura do segundo livro da série e a história do terceiro volume já está quase metade.

Lançamento

capa do livro Stef – A Sobrevivente

O livro Stef – A Sobrevivente tem 352 páginas e traz o selo da Editora Vida & Consciência, publicadora dos livros de Zibia Gasparetto, autora de romances espíritas e fenômeno em vendas em seu segmento. O lançamento do livro contará com sessão de autógrafos às 20h, na Biblioteca Pública Municipal João Mesquita Valença (Avenida Sampaio Vidal, 255, Centro) de Marília, cidade onde vive a autora.

O romance agradou de imediato à diretoria da Vida e Consciência e, também, à escritora Zibia Gasparetto, membro do Conselho Editorial. “A história é emocionante. Os personagens mexem com nossos sentimentos e a forma como a autora narra a história nos transporta para aqueles cenários, tão bem descritos e detalhados. O leitor torce por Stef o tempo todo, o que torna o livro muito interessante. Além disso, traz informações sobre a guerra. O livro me agradou desde o início. Stef é uma mulher de coragem. A sua história mostra como ela acreditou nos seus próprios valores e persistiu em agir da forma como acreditava, mesmo quando as situações tentavam impulsioná-la de maneira contrária”, resume Zibia Gasparetto.

Sobre o livro
Ambientado na Alemanha de Adolf Hitler, o livro Stef – A Sobrevivente, conta a história de Stef, uma adolescente alemã descendente de judeus que foi perseguida por um oficial nazista obcecado por sua beleza. Stef vive em uma família harmônica e tem dois grandes atrativos: os olhos, azuis e vibrantes, e a bela voz, que a levou a cantar desde criança no coral da igreja e nas festividades escolares.

Como a maior parte das jovens de sua época, passou a fazer parte da Juventude Hitlerista, apresentando-se também nas ocasiões festivas do seu grupo. Foi em um destes eventos que o major oficial nazista Herbert von Mann encantou-se por ela. Não correspondido pela jovem, ele usa do poder de sua patente para investigar a sua família e descobre que o pai de Stef é filho adotivo de um casal alemão, sendo os biológicos um cristão italiano e uma judia-polonesa.

A descoberta será o motivo da perseguição à sua família e a separação de Sieg, seu primeiro namorado. Sem noção do perigo que enfrenta, Stef é obrigada pelos pais a fugir de Berlim e embarca para Colônia com um médico, amigo da família. Seu pai é preso e morto e, sua mãe, após dar à luz a um casal de gêmeos, é mandada para um campo de concentração. Seu irmão, Ulrich, também é assinado pelos nazistas. Herbert, o oficial, a persegue por toda a parte, até encontrá-la e mantê-la prisioneira no porão de sua casa.

Sobre autora

escritora Vera Lucia Claro

Vera Lúcia Claro sempre quis ser escritora, contrariando a vontade do pai que a queria dona de casa ou costureira. Os estudos chegaram mais tarde em sua vida, quando já estava casada, com três filhos e dois netos. Hoje, são sete netos. Apesar de ter estudado somente até a antiga quarta série primária, sempre foi apegada aos livros e tinha grande facilidade para escrever contos e histórias para adultos e crianças, além de reflexões.
Confiante no próprio talento inscrevia seus poemas e contos em concursos literários. Se não foi sempre uma das vencedoras, pelo menos esteve entre os classificados. Por seus poemas recebeu o Diploma de Menção Honrosa pelo conjunto de poemas no VII Concurso Nacional de Poesias, promovido pelo Instituto da Poesia Internacional de Porto Alegre (RS); foi classificada no XVIII Concurso Nacional de Poesias promovido pela revista Brasília, do Distrito Federal e figurou nas fases municipal e regional do Projeto Mapa Cultural Paulista, além de ter publicado alguns deles na coletânea II Poemar, concurso realizado pela Prefeitura de Marilia.

A escritora nasceu em Andradina, interior de São Paulo, onde morou parte de sua infância até mudar-se para Arapuá, no Mato Grosso. Atualmente, vive em Marília, onde trabalha como auxiliar de Desenvolvimento Escolar na Biblioteca Pública Municipal. Em 1995, quando decidiu escrever seu primeiro romance, Vera dividia as tarefas de casa com o trabalho no Bazar Tofolli, uma loja de armarinhos de sua propriedade, no bairro do mesmo nome. Com uma caneta nas mãos e um caderno sobre a mesa, começou a escrever o romance cuja história, segundo conta, “sempre esteve em sua mente”.

Quando entrava algum cliente na loja e Vera estava escrevendo, pedia para que aguardasse até concluir o capítulo, para não perder o enredo. “Eu morava no mesmo bairro e conhecia a maior parte dos clientes. Então, eu lia alguns trechos para eles, trocava idéias, até como forma de desculpar-me pela demora no atendimento”, conta.

Três anos depois e 150 páginas manuscritas, Vera teve que vender o bazar e mudar-se para uma chácara a 16 km do centro da cidade. Não havia água encanada nem energia elétrica. Ali, ela plantava verduras e legumes para consumo próprio e criava galinhas. Durante cinco anos (de 1988 a 2003), para poder continuar escrevendo o romance, improvisou uma lamparina numa lata de massa de tomate: com uma chave de fenda moldou a tampa na forma de funil e transformou tiras de pano trançadas em pavio. Em 2000, ganhou do marido Jorge Luis, um lampião a querosene que, depois, foi substituído por outro, a gás.

Além do marido, vivia com a filha Luzia, e a neta Daiane, de apenas sete anos à época e com o filho Luquitã Luiz. Durante o dia cuidava da chácara e dos afazeres domésticos e, à noite, dedicava-se ao livro. Dormia apenas no início das madrugadas. Antes de deitar-se, reservava uma hora para os estudos preparatórios às provas dos supletivos fundamental e médio no Cessma – Centro Educacional Estadual de Marilia.

Nas noites de sexta-feira, geralmente quando aplicava as provas, a neta, que a acompanhava, permanecia sentada em uma das cadeiras, aguardando pela avó. Quando a direção proibiu a presença da menina na sala de aula, Daiane ficava sentada no degrau do portão de entrada, sozinha, mas sob os cuidados de um pipoqueiro. Como o último ônibus para a chácara onde viviam partia às 22h30, as duas desciam correndo pelas ruas, de mãos dadas, até a Estação Rodoviária.

Tão logo terminou o livro, em 2003, Vera Lúcia conseguiu um emprego na escola municipal de Educação Infantil Branca de Neve como auxiliar de escrita, mas preferia um trabalho que a permitisse lidar com as crianças. Criou coragem e prestou concurso público municipal, sendo aprovada para a função atendente de creche.

Em 2004, vendeu a chácara para voltar a viver na cidade. No final daquele ano o marido a presenteou com a inscrição para o vestibular em Pedagogia na Universidade de Marilia – Unimar. Classificou-se em 23º lugar. Graduou-se em 11 de janeiro de 2008. Foi na universidade que encontrou o apoio para a impressão de seu romance.

Publicação
Vera Lúcia fez uma verdadeira peregrinação por várias editoras, sem sucesso. Foi na universidade que encontrou o apoio e a orientação para poder editá-lo. O texto dos trabalhos para algumas disciplinas chamou a atenção dos professores. Foi a oportunidade que ela encontrou para contar que havia escrito um romance. O primeiro passo sugerido pelos professores foi a digitalização dos textos. Vera comprou um computador de segunda mão e pediu ao neto e ao genro para que lhe ensinassem a digitar. Depois de 40 dias e 113 páginas prontas, um comando errado, e o todo o esforço foi perdido.

Para concluir a tarefa, a autora fez um acordo com a amiga Mariel Farias Motta para a redigitalização dos manuscritos. O pagamento estaria condicionado à publicação da obra. Até a direção da universidade envolveu-se na tentativa de auxiliá-la na busca de uma editora. A sugestão para o encaminhamento dos originais para a Editora Vida e Consciência foi da coordenadora Eleusir Camocardi. Os colegas de classe contribuíram com doações em dinheiro para os custos da impressão dos originais.

Em abril de 2007 o livro foi encaminhado para a Editora Vida e Consciência. No dia 18 de novembro Vera recebeu o comunicado de que seu livro havia sido aprovado pelo Conselho Editorial.

Livro é emoção
A autora revela que na época em que escreveu o romance não tinha qualquer conhecimento técnico para a elaboração de um romance. “Fui movida apenas pela emoção. Quando comecei a escrever, a história fluiu normalmente, como se eu estivesse lá com a Stef, vivenciando cada cena”, conta.

Vera Lúcia não lamenta nenhuma das dificuldades que enfrentou. Ao contrário, garante que, se não fossem os percalços a obra, talvez, não tivesse sequer deixado de ser um projeto. “Quando sofri o AVC, já no final do livro, foi que percebi que a história com a Stef poderia ou não terminar ali. Era um momento crucial para a história, para a finalização do livro. Como tive que ficar em licença médica por dois anos decidi que o romance seria uma trilogia e optei por um final diferente para dar a oportunidade de criar dois novos volumes. Caso eu não tivesse adoecido, a história de Stef seria resumida e teria chegado ao fim”, diz.

Serviço
Livro Stef – A Sobrevivente
352 páginas
Lançamento: dia 30 de maio, às 20h, na Biblioteca Pública Municipal João Mesquita Valença (Avenida Sampaio Vidal, 255, Centro) de Marília, São Paulo.
Preço sugerido: R$ 30,00.
Editora Vida & Consciência

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe esse Artigo:

spot_imgspot_img

Últimas Notícias

Artigos Relacionados
Relacionados

Prefeito recebe D. Bertrand de Orléans e Bragança em visita de cortesia

Dário Saadi e o príncipe imperial conversaram sobre comemoração...

Jornalista lança livro “O médico que virou monstro”, crime que chocou o Brasil

Lançado pela Editora Máquina de Livros, “O médico que...

Os espiões norte-americanos por trás da Lava Jato

Os interesses ocultos dos Estados Unidos na Lava Jato são...
Open chat
Quer anunciar ligue (19) 99318-9811
Redação (19) 99253-6363