Demétrio Vilagra é alvo de mais uma denúncia no Ministério Público, envolvendo o Circo Le Cirque, que está instalado na Praça Arautos da Paz. Segundo denúncia feita pelo vereador Rafael Zimbaldi (PP) ao Gaeco, o funcionário do circo diz que o prefeito teria pedido, em março deste ano, propina no valor de R$ 180 mil para liberar a instalação do estabelecimento na Praça. A propina não foi paga. Na época do pedido, Demétrio era vice-prefeito de Campinas.
Zimbaldi entregou ao MP uma carta assinada pelo funcionário do circo Josias de Oliveira em que ele relata a tentativa de extorsão. A oficialização da denúncia foi feita após o Le Cirque ter sido notificado hoje pela Setec de que deve se retirar da Arautos da Paz em até 24 horas.
Segundo Oliveira, o circo entrou em janeiro deste ano com pedido formal de instalação do circo. Mediante a demora em conseguir qualquer resposta do poder público, ele teria procurado a Prefeitura de Campinas. A pedido do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT) ele foi conduzido, por um funcionário chamado Chico, até a sala de Demétrio em março deste ano. “O Demétrio (que reconheci hoje por meio de fotografia tratar-se do prefeito) pediu R$ 180 mil para liberar o alvará. O pagamento poderia ser feito em três parcelas”, disse o funcionário do Le Cirque.
Josias Oliveira disse que não pagou nenhuma proprina, mas não conseguiu autorização para instalar o circo.
Assim que Demétrio assumiu o cargo, Oliveira recebeu a autorização para instalar o estabelecimento. “Só que sem mais e nem menos eu fui informado que teria de sair do local. Comecei a instalar no dia 1ª de outubro e iria inaugurar os espetáculos na sexta. Vou entrar com um mandado de segurança para ficar no local”, disse Josias Oliveira.
Em nota a prefeitura informou que no dia 31 de agosto deste ano foi protocolado requerimento na Secretaria Municipal de Cultura para uso do espaço por parte do referido circo.
Em 2 de setembro, o então diretor de Cultura, Gabriel Rapassi, por conta própria e sem consultar os órgãos de controle de solo e de funcionamento, deu autorização para a instauração o circo.
Posteriormente, o atual secretário de Cultura, Bruno Ribeiro, tomou conhecimento que a autorização fora concedida sem liberação pela SETEC e pela Secretaria de Urbanismo e que o Decreto que regulamenta o uso da Praça Arautos da Praça proíbe a realização de eventos com cobrança de ingresso no local.
Diante desses fatos, a Secretaria de Cultura revogou a autorização de uso da praça e tornou sem efeito o contrato com o circo.
O ex-diretor de Cultura Gabriel Rapassi foi exonerado do cargo ontem (5) e o caso será alvo de apuração por parte do Departamento de Processo Disciplinar Interno da Prefeitura.
Em relação à suposta cobrança de propina denunciada pelos representantes do circo e veiculada pela imprensa, o prefeito Demétrio Vilagra nega veementemente o fato e buscará na Justiça a reparação civil e criminal dos danos causados pelos acusadores.
A atual Administração reafirma que a decisão de revogação da liberação segue a postura de revisão e análise criteriosa de contratos e pela política de total transparência e legalidade no governo.