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domingo, setembro 22, 2024

Os mistérios da Dor de Cabeça

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Segundo estudos realizados em diversas populações em todo o mundo, mais de 90% da população mundial já teve ou terá ao menos uma crise de Dor de Cabeça na vida. No Brasil, dados do primeiro estudo epidemiológico nacional, coordenado pelo Doutor em Neurologia, Mario Peres em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e com a Sociedade Brasileira de Cefaléia apontam resultados inéditos: 15,2% da população, em média, sofre de enxaqueca. Esse número equivale a 27,3 milhões de brasileiros. As mulheres são as mais atingidas – 20,9% da população feminina no Brasil padece do mal, enquanto nos homens, o percentual chega a 9,3%. Mais: o estudo indica a distribuição, de acordo com as regiões do país. A região sudeste apresenta os maiores índices que chegam a 20,5%, seguida pela região sul, com 16,4% e centro-oeste, 9,5%. A boa notícia é que há tratamento para a maioria dos quase duzentos tipos de cefaléia, nome científico que define a Dor de Cabeça.

Divididas em dois grupos, as dores de cabeça são classificadas em primárias, quando se trata da cefaléia em si, e secundárias – causadas por problemas que vão um simples resfriado à hipertensão, sinusite e até tumores. A mais comum das primárias é a tensional episódica, dor que pode surgir no fim de um dia cansativo e é facilmente resolvida com uma noite de sono ou um simples analgésico. Do outro lado está uma das piores dores de cabeças já experimentadas pelo ser humano: a cefaléia em salvas, que afeta um universo minúsculo de pessoas, geralmente mais homens do que mulheres e provoca, entre outros efeitos, vermelhidão nos olhos, suor, queda da pálpebra. A enxaqueca encontra-se na divisa entre a cefaléia tensional episódica e a em salvas. É complexa e rica em disfunções como vômitos, aversão à luz e ao barulho, vista embaçada, formigamentos e náuseas.

Tratamentos

É fundamental descobrir o tipo de cefaléia. Se a enxaqueca ou Dor de Cabeça está ocorrendo porque alguma outra doença está por trás. Quem sofre de dor de cabeça crônica precisa realizar uma série de exames antes de começar um tratamento. Existem exames específicos como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética que ajudam a detectar melhor o problema. “Estes exames são necessários para descartar causas mais graves que podem levar uma paciente a ter dores de cabeça. Com o resultado dos exames é possível fazer um tratamento mais eficaz, ” afirma o especialista em radiologia do CRC- Centro Radiológico Campinas, Marcos Marins. “Temos um grande número de pacientes que realizam os exames antes de iniciar o tratamento”, cometa o radiologista..

Segundo Dr. Mario Peres, poucos pacientes recorrem a um especialista quando o assunto é Dor de Cabeça. A maioria apela para a automedicação, lançando mão do uso de analgésicos, classe de remédios mais consumida no Brasil onde, de acordo com dados da IMS Health, o faturamento anual com a comercialização do produto chega à cifra de R$ 1,4 bilhão ao ano.

Tratamentos modernos procuram aliar o uso de remédios ao aspecto não-medicamentoso, em particular às psicoterapias. Entre elas, destacam-se técnicas de relaxamento, acupuntura, ioga e dietas, além do exercício físico, vital para o sucesso do tratamento de cefaléias. Inúmeros pacientes preferem esgotar todas as possibilidades com o segundo tipo de tratamento.

Para conhecer mais detalhes dobre o assunto, o Doutor em neurologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Mário Peres, lança na próxima sexta-feira, 20 de junho, o livro Dor de Cabeça – O que ela quer com você? evento promovido pela Livraria Saraiva Megastore do Shopping Iguatemi. Na oportunidade, o especialista participa de um bate-papo ratuito com o público e desvenda mitos que cercam o problema.

Sobre o livro

Em Dor de Cabeça – O que ela quer com você? (R$ 37,90) – Integrare Editora , o Doutor Mario Peres, estudioso do assunto que acumula mais de 70 artigos científicos publicados no Brasil e no exterior, além de capítulos em livros médicos, inclusive americanos, todos sobre Dor de Cabeça – aborda tratamentos, causas, e tantas outras questões inerentes às cefaléias.

A obra apresenta ao leitor a teoria do limiar, que compara o funcionamento da dor a um contêiner ou balde onde há um fluxo contínuo de água e um sistema de escoamento funcionando perfeitamente. Quando há um impedimento na saída do líquido, a água ultrapassa a capacidade do recipiente e transborda. Segundo Dr. Peres, a dor de cabeça funciona de maneira semelhante. O líquido representa os fatores que desencadeiam a dor em cada pessoa. O tamanho do contêiner refere-se à predisposição do indivíduo para ter dor. “O transbordamento significa a exaustão do sistema de dor. Secar a água trasbordada é o papel dos analgésicos no contexto da dor. Mas o importante é evitar que ocorra o transbordamento, lançando mão do tratamento preventivo” – completa o autor.

O autor destaca a forma como o cérebro reage às preocupações. Segundo Peres, quando antecipamos fatos, despertamos preocupações ou trazemos à tona cenas traumáticas do passado, o cérebro reage como se o problema estivesse realmente acontecendo naquele momento e aciona seus sistemas de defesa, entre eles, a dor.

Curiosidades

– Ansiedade e mau-humor são os aliados número um das Dores de Cabeça. Bom-humor e dor são antagônicos. Ao menor sinal de mau-humor, pode-se esperar por efeitos como culpa, tristeza, angústia, irritabilidade, ansiedade e depressão.

– Há alguns tipos de cefaléias que são curiosas, quer seja por seus nomes, quer seja pelo motivo que as desencadeiam. Os exemplos mais comuns são: cefaléia dos óculos de natação; cefaléia do restaurante chinês, provocada pela ingestão do Aji-no-moto; cefaléia do banho quente; cefaléia do esforço físico.

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