O ex-técnico Cilinho, de 79 anos, segue internado desde a madrugada de domingo, no Hospital PUC Campinas, em virtude de um acidente vascular cerebral (AVC). O estado de saúde do ex-treinador é grave e ele continua intubado, segundo informou a família.
Otacílio Pires de Camargo, mais conhecido como Cilinho foi responsável pela descoberta de vários talentos. De 1985 a 1987 Cilinho montou uma equipe campeã brasileira de 1986, dentro de um estilo de jogo veloz e ofensivo.
Comandou o São Paulo na década de 80, ajudando a reformular o elenco tricolor, valorizando as categorias. Foi técnico da geração são-paulina que ficou conhecida como os “Menudos do Morumbi”, que tinha Muller, Silas, Sidney, entre outros atletas vindos da base. À frente do São Paulo, Cilinho coleciona dois títulos estaduais: 1985 e 1987. Cilinho voltou ao São Paulo em 2003, desta vez para coordenar a base do clube tricolor. Especialista em caçar talentos na base, Cilinho chegou ao Corinthians em 2007 para coordenar as categorias inferiores do clube.
A primeira chance de Cilinho em um clube grande foi na Portuguesa, que anunciou sua contratação em 23 de agosto de 1972. Dirigentes do clube foram até Campinas alguns dias antes, após a derrota para o Santos que custou o emprego de Wilson Francisco Alves, e conversaram com o técnico, que aceitou a oferta ali, mesmo. Alves só seria notificado três dias depois, porque comandaria o clube em um amistoso na semana seguinte.
Conhecido por muitas pessoas como ‘macumbeiro’, introdutor de alguns hábitos novos dentro do futebol (realização de conferências para jogadores nas concentrações, obrigando-os a ler livros para aumentar sua cultura). A primeira recomendação dele ao novo clube foi que apressasse as obras dos novos alojamentos, pois ele queria poder servir café da manhã aos jogadores no próprio clube.
Cilinho teve três passagens pelo XV de Jaú, sendo contratado em 1978, 1981 e 1996. As duas primeiras passagens só não foram uma única porque ele aceitou treinar a Ponte Preta em 1979. Na segunda passagem, ajudou a levar o clube, pela primeira vez, ao Campeonato Brasileiro, classificado devido à boa campanha no Campeonato Paulista de 1981. Nessa campanha, o técnico chegou a recusar um convite para treinar o São Paulo, que tinha demitido Carlos Alberto Silva. “Existem coisas mais importantes do que dinheiro e projeção”, explicou. “Particularmente, por uma questão de temperamento, sempre firmo os meus contratos verbalmente. É um problema de ética pessoal. Depois, o que considero de grande importância, respeito muito o aspecto ético e moral, em tudo aquilo que assumo. E eu tenho um compromisso nesse nível com os dirigentes do XV de Jaú. Pretendo cumpri-lo até o fim.”