A comunidade de Sousas e Joaquim Egídio se mobiliza com adesão ao abaixo-assinado do Conselho Municipal de Saúde de Campinas que pede melhorias no atendimento a saúde. Através de uma carta aberta à população, o Conselho torna público a contenção de verbas instituído pela administração do prefeito Jonas Donizette (PSB) e denuncia a precarização do serviço a saúde.
A expectativa é angariar 70 mil assinaturas, cerca de 10 mil assinantes de cada uma das 70 unidades de saúde na cidade. Além dos Centros de Saúde de Sousas e Joaquim Egídio, o abaixo-assinado tem percorrido centros comerciais e residências de moradores usuários do sistema municipal e do Sistema Único da Saúde (SUS).
“Em um momento de crise financeira pelo qual passa o país, a situação em Campinas não é diferente. É neste momento que a população mais precisa dos serviços públicos de saúde”, desta a carta. “Se o prefeito precisa cortar despesas, não podemos aceitar que seja na saúde, deixando em desamparo os cidadãos quando eles mais precisam”, diz mais adiante.
O Conselho justifica a iniciativa alegando que a Prefeitura tem aplicado uma politica de contenção de despesa e fazendo cortes de gastos na administração. Porém o setor de saúde já vem sofrendo um grande perda com o prejuízo a população com a redução do horário de funcionamento em vários Centros de Saúde (antes operava até as 21 horas e hoje vai até às 18 horas); fechamento de Pronto Atendimento do Centro (PA Centro); fechamento da unidade de acolhimento de usuários de álcool e drogas e redução no número de trabalhadores e dos leitos hospitalares do serviço de saúde Cândido Ferreira sem a abertura de novos leitos de saúde mental em hospitais gerais.
Além disso, o setor tem deixado de prestar um bom serviço com a constante falta de medicamentos como também a redução na realização de exames de sangue e necessidade de manutenção em equipamentos gerando uma crise nos prontos atendimentos e prontos- socorros.
“Estamos com mais de 3 mil cartas (abaixo-assinado) nas ruas e queremos protocolar as reivindicações com o maior número de assinaturas até o final de julho”, disse o coordenador executivo do Conselho Municipal de Saúde de Campinas, José Paulo Porsani. Segundo ele, o documento tem que chegar às mãos do prefeito Jonas antes que ele finalize o projeto de Orçamento Municipal já que conversas de bastidores dão conta que a administração pretende cortar em mais de 50% o repasse de recursos para a Saúde. Segundo fontes do Palácio dos Jequitibás, dos atuais R$ 200 milhões mensais, a Secretaria de Saúde pretende lançar para o próximo ano de R$ 90 milhões mensais. “O sistema de saúde entraria em colapso”, falou. “Se hoje já estamos sentindo os efeitos negativos com a diminuição da verba, então, seremos mais penalizados”.