Após a morte da jovem Petra dos Santos Heleno, de 18 anos, em novembro do ano passado, depois de realizar uma tomografia computadorizada em Campinas, a Câmara de Campinas deverá votar projeto de lei do vereador Cidão Santos (PROS), que obriga todas as clínicas e hospitais da cidade que utilizam iodo para os exames de ressonância e tomografia computadorizada a fazerem testes alérgicos ao produto antes do procedimento.
A jovem morreu ao ter um choque anafilático em decorrência de alergia ao composto com iodo aplicado para o exame de contraste.
“Nos baseamos na Constituição, que garante os direitos fundamentais ao cidadão. Não existe hoje uma legislação federal ou estadual que supra esta necessidade específica, então cabe ao município legislar sobre o tema e evitar que vidas sejam ceifadas pela ausência de uma medida simples e necessária. O PL já está protocolado e espero que possa ser votado o quanto antes”, disse Cidão.
Em novembro passado, Petra teve morte cerebral confirmada após realizar uma tomografia computadorizada no hospital particular Vera Cruz, no Centro de Campinas. O pai da garota, Paulo Roberto Gomes Heleno, confirmou que relatou ao hospital sobre as alergias da filha e que, inclusive, ela entrou com uma pulseira identificando a restrição.
“É uma negligência que trouxe a morte de uma família”, afirmou Paulo Heleno, que chegou a defender uma legislação federal exigindo a aplicação de teste de alergia antes do exame.
Em janeiro de 2013, também foram registradas mortes de três pacientes em exames de ressonância magnética no Vera Cruz. Investigação policial concluiu que as vítimas receberam por engano uma aplicação na veia da substância perfluorocarbono, armazenada sem a devida identificação em frascos de soro fisiológico na clínica que funcionava dentro do hospital.