Uma vitória importante e com placar de 3 a 0, sobre uma equipe forte como a do Palmeiras, é para deixar qualquer técnico feliz. Mas, apesar do resultado, nesse primeiro duelo da fase semifinal do Campeonato Paulista, o técnico Gilson Kleina é cauteloso, porque sabe que ainda restam mais 90 minutos a serem disputados na casa do adversário. O que não o impede, porém, de valorizar o trabalho feito pelos seus comandados.
“E dou os méritos para a Ponte Preta pela intensidade com que jogou os dois tempos. Entrou muito focada, com nível de concentração alto e foi determinante para que verticalizasse as jogadas objetivamente. A equipe conseguiu ter um controle maior do jogo e diria que a Ponte venceu e convenceu. Fez o resultado porque soube marcar os pontos fortes da equipe do Palmeiras, que no primeiro tempo, eu entendo, era o atleta deles que mais criava, o Mina. A Ponte teve uma movimentação que dificultou a marcação do Palmeiras e isso fez com que achássemos espaços, para fazer as definições”, diz.
Ele enfatiza que a Macaca foi organizada tanto na parte ofensiva quanto na defensiva. “Entendo que o adversário viveu muito mais de bola parada e os atletas estão de parabéns, porque foram competentes. Fizeram um resultado importantíssimo, mas sabemos como é o futebol, como foi o segundo jogo contra o Santos. No primeiro tivemos a oportunidade de fazer três gols e sabemos que jogar no domínio adversário, com a pressão ao contrário, vamos enfrentar um time que vai vir com tudo, ao mesmo tempo posso relembrar o que aconteceu entre Barcelona e Paris Saint Germain, mas temos que ser inteligentes”, alerta.
Para Kleina, mais uma vez a tônica da Ponte deverá ser aliar humildade com competência e dedicação. “Temos que colocar os pés no chão. Não abrir mão dessa estrutura de jogo eem que, ao mesmo tempo que sabemos que o adversário tecnicamente é bom, nós temos o ataque mais rápido do campeonato, muito agudo, com muita movimentação. Isso foi importantíssimo”, explica o treinador.
Ainda sobre o duelo de ontem, Kleina também fala da arbitragem, que suspendeu Reynaldo para o duelo decisivo e que, segundo o treinador, prejudicou a Ponte em lances pontuais. “Eu perco o Reynaldo com um cartão que eu não entendo. Um menino que está fazendo uma função importantíssima. Claro que o Artur entrou bem, mas não entendi. O Felipe Melo estava pendurado nesse jogo e ele deu um carrinho, que o mesmo cartão que o Jeferson tomou, era para ele ter usado o critério e aplicado no Felipe”, afirma.
O treinador conta que conversou com o quarto árbitro. “Ele disse que não aplicou porque ele deu o carrinho no meio de campo. Mas isso independe. E o pênalti que não deram a nosso favor, do Prass em cima do Pottker, existiu. Não sei se faríamos o quarto gol, que era mais importante, mas o Prass iria ser expulso, eles perderiam uma referência. Isso seria a grande a diferença. Mão na bola é interpretativo”, diz.
Sobre o confronto de volta, Kleina antecipa seu pensamento. “Temos que entender que a Ponte está trabalhando forte, queremos atingir nossos objetivos, sabemos que o adversário também, mas nesse segundo jogo temos que ter essa atenção. Sabemos o que vai envolver esse jogo, o que o Palmeiras vai tentar fazer conosco lá, mas temos que ter uma equipe segura, consistente, com a confiança na mesma forma e entrar com esse sentimento, pois a Ponte é uma equipe aguerrida e que pode atingir o objetivo. Não ganhamos nada, não vai ter a ‘semana já ganhou’ e vamos trabalhar mais forte, para sermos merecedores e trazer esse resultado para Campinas.”
Ele destaca ainda o papel da torcida pontepretana. “A torcida da Ponte nos contagia sempre. Mas é inegável a marca que ela deixou, depois que classificamos contra o Santos. Aquela explosão, e isso deve ter acontecido lá em Campinas, mas essa semana a cidade respirou essa semifinal e a torcida Ponte está junto sempre, ainda mais quando acredita, vem em massa e isso atinge os atletas e é o combustível que a gente precisa. Na hora que eles começaram a controlar o jogo, veio a torcida e isso dá energia, disposição.”
E completa: “Uma chegada como essa, em que passa o sentimento e estão de parabéns. O que tiver de carga de ingresso disponível para São Paulo o torcedor da Ponte vai adquirir e os que não forem, a energia deles vai chegar para nós. Que a torcida possa nos abraçar definitivamente em busca do objetivo e agora é lutar.”
Kleina finaliza falando sobre a motivação no grupo da Macaca nessa reta final. “Eu pedi atitude aos atletas. Se nós almejamos algum objetivo na vida, não temos que avaliar o tamanho do obstáculo, mas sim entender como vamos passá-lo. Temos uma equipe experiente, mesclada com jovens e coletivamente foi muito forte. É gostoso ver o que o Jeferson fez, o Reynaldo, que amadureceu muito e que entrou em situações difíceis. Não vejo euforia nenhuma, mas sim concentração, pés no chão e sabemos da importância do primeiro jogo. Falei pra eles da importância do primeiro jogo e nós fomos competentes, sabedores que no segundo jogo seremos mais pressionados, mas queria essa vantagem para que possamos atingir nossa meta.”