Brasília, 16/04/07 (MJ) – O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, recebeu na tarde desta segunda-feira (16) em audiência pública representantes de anistiados e anistiandos políticos. O encontro marcou o primeiro contato de Abrão com os representantes do setor desde a sua posse, no último dia 9.
Apesar de estar há apenas uma semana na presidência da Comissão, Abrão aproveitou a ocasião para anunciar uma série de medidas. Entre elas, a criação de um fórum permanente de diálogo com as entidades da área para uma interlocução direta e permanente entre as partes envolvidas no assunto. A idéia ainda será desenvolvida, mas já se sabe que os encontros devem ser mensais ou a cada dois meses.
O presidente aproveitou para dizer que, nos próximos dias, entregará um diagnóstico sobre a Comissão ao ministro da Justiça, Tarso Genro. Sua equipe, ainda em formação, está identificando os problemas do setor. Um plano de trabalho também será levado ao conhecimento do ministro.
Abrão avisou que até o final da semana irá recompor o quadro de conselheiros da Comissão. Dois (dos dez) conselheiros da gestão passada aceitaram o convite de permanecer no órgão: Mário Gontijo e Beatriz do Valle Bargieri. \”Vamos priorizar a competência técnica e a disponibilidade dos conselheiros\”, disse o presidente.
Após a definição da equipe será feita uma sessão administrativa para integração de todos. Em seguida, as sessões de julgamentos de processos serão retomadas. Porém, ainda não há data definida. \”Esta pausa é necessária para recomposição da Comissão\”, explicou seu novo comandante.
Uma das metas de Abrão também será lutar para que a Comissão de Anistia tenha uma dimensão pedagógica e educativa. Ele pretende instituir parcerias com universidades e centros de pesquisa para que a importância deste momento histórico – a luta contra a Ditadura Militar (1964/1985) – seja transmitida a quem não a vivenciou.
A audiência desta segunda foi concorrida. Anistiados, anistiandos, advogados e demais representantes da categoria lotaram o auditório do Ministério da Justiça. Todos deram as boas vindas ao presidente da Comissão. E pediram celeridade no julgamento dos processos. Reivindicação que faz parte do plano de trabalho de Abrão.