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sexta-feira, agosto 8, 2025

Entendendo a depressão

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A depressão não é apenas um distúrbio de humor. É uma doença complexa que afeta corpo e mente e manifesta-se por sintomas emocionais e físicos. Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM), é caracterizada pela combinação de sintomas que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades antes agradáveis. Como existe bastante preconceito sobre a doença, a informação é imprescindível para que a população possa entender a importância deste assunto.

Sintomas

A depressão afeta mente e corpo e, apesar de caracterizar-se por sintomas emocionais, como perda de interesse e prazer, os pacientes também apresentam sintomas físicos. Os sintomas da depressão podem variar de pessoa para pessoa, e podem incluir:

• Sintomas emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, ideação suicida.

• Sintomas físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, alterações no apetite, alterações gastrintestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

Causas

Apesar da causa da depressão ser desconhecida, a teoria neuroquímica é a mais amplamente aceita segundo a qual uma disfunção no sistema nervoso central é a responsável pela doença. A diminuição de dois neurotransmissores – a serotonina e a noradrenalina – no sistema nervoso central é responsável tanto pelo aparecimento dos sintomas emocionais quanto físicos da depressão.

Tratamento

No tratamento da depressão é fundamental que a resolução sintomática seja total, ou seja, que o paciente alcance a remissão dos sintomas, quer físicos e psíquicos. A remissão diminui o risco de recaídas do paciente. Sabe-se que há sintomas mais relacionados ao desequilíbrio da serotonina e outros ao da noradrenalina. Antidepressivos com ação dupla cumprem esse papel e dentre eles, o mais recente é a duloxetina cujo mecanismo de ação caracteriza-se pela atuação sobre esses dois neurotransmissores de forma balanceada e potente. Estudada em mais de 6.000 adultos com depressão, a duloxetina age sobre os sintomas emocionais e físicos relacionados à depressão. Atualmente, a duloxetina é comercializada em mais de 40 países, dentre os quais Estados Unidos,Brasil, México, Reino Unido, Alemanha e África do Sul.

Números

Estima-se que 121 milhões de pessoas no mundo inteiro sofrem com a depressão, embora dados da Organização Mundial de Saúde mostrem que 75% dessas pessoas nunca recebem tratamento adequado1. Hoje, a depressão é a quarta causa global de incapacidade e deve ser a segunda até o ano de 20202.

Dificuldades dos pacientes em reconhecer a doença

Muitas pessoas com depressão não buscam ajuda porque não relacionam seus sintomas à doença. É comum ignorar os sintomas físicos e dolorosos da depressão – dor de cabeça crônica, dores nas costas e distúrbios gastrintestinais – que podem ser equivocadamente interpretados como outra doença clínica. Uma pesquisa realizada em nome da Federação Mundial para Saúde Mental, chamada Depressão: A Verdade Dolorosa3, mostrou que:

• Quase 75% dos indivíduos com depressão não acreditavam, antes do diagnóstico, que as dores físicas inexplicáveis representavam sintomas da depressão. Mesmo assim, a maioria das pessoas deprimidas relata que procurou seus médicos depois de sentir sintomas físicos dolorosos – isolados ou combinados com sintomas emocionais.

• As pessoas com depressão e sintomas físicos dolorosos sofrem em silêncio durante um ano, em média, antes de procurar um médico, e todas elas passaram, em média, por cinco consultas antes de receber o diagnóstico.

Dificuldades de médicos em diagnosticar a depressão

Até os próprios médicos enfrentam desafios para entender e diagnosticar os sintomas físicos dolorosos da depressão, resultado de uma formação incompleta nas faculdades de medicina. Outra pesquisa internacional chamada Testando os Médicos4 foi realizada com médicos de atendimento primário (clínicos gerais). Segundo a pesquisa:

• 67% dos médicos demonstraram preocupações sobre a possibilidade de um diagnóstico equivocado quando um paciente apresenta sintomas de dor, quando na realidade está sofrendo de depressão.

• Apenas 1/3 dos médicos falou que sua faculdade de medicina ofereceu preparo suficiente para diagnosticar a depressão na primeira consulta de um paciente e para tratar os sintomas físicos dolorosos e emocionais.

• Nove em cada 10 médicos disseram que o ensinamento da faculdade de medicina na área de depressão, especialmente em termos de sintomas dolorosos, precisa melhorar.

Depressão e trabalho

A depressão pode causar prejuízos ainda maiores quando associada a outras condições como fadiga, problemas relacionados ao sono e ansiedade. Um estudo apresentado recentemente no 160º Congresso Anual da Associação Americana de Psiquiatria, realizado em San Diego5 mostra ainda que a ocorrência simultânea de fadiga ou de transtornos ligados ao sono aumentam, significativamente, os custos de saúde relacionados à depressão.

A pesquisa utilizou dados de aproximadamente 14 mil funcionários de duas grandes empresas norte-americanas. Analisaram-se informações sobre gastos com saúde e presenteísmo (estimativa dos funcionários em relação à própria produtividade no trabalho) para avaliar o impacto da depressão e outras condições crônicas5.

• Entre as dez condições físicas e mentais avaliadas mais prevalentes, a depressão apresentou o impacto mais negativo na produtividade profissional – efeito ampliado com a existência de fadiga, distúrbios do sono e ansiedade, problemas freqüentemente concomitantes ao transtorno depressivo. Além disso, enquanto a depressão influenciou significativamente na produtividade dos funcionários, mesmo quando não existiam outras condições associadas, cujas conseqüências na ausência de depressão não foram relatadas da mesma maneira5.

• Em uma das companhias, a depressão não combinada à ansiedade ou fadiga/distúrbios do sono foi associada com 3,5% de redução no índice de presenteísmo, o que significa de sete a oito dias inteiros de trabalho por ano.

• A depressão com ansiedade ou fadiga/distúrbio do sono apresentou maiores efeitos negativos (de 6% a 8% de redução no índice de presenteísmo). Já quando o funcionário tinha depressão, ansiedade e fadiga/distúrbios do sono, o índice chegava a 13,2% de redução na graduação de presenteísmo.

• Funcionários deprimidos tiveram uma média anual de custos em excesso para ambas as amostras de funcionários (US$ 4.132 e US$ 3.504 comparados a US$ 3.286 e US$ 2.653, respectivamente). Funcionários que relataram fadiga ou problemas com sono associados à depressão tiveram média anual de custos significativamente maiores do que as pessoas que tiveram apenas depressão (US$ 6.665 e US$ 5.306).

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