Anemia é um estado na qual a quantidade hemoglobina, que é uma proteína que carrega oxigênio para os tecidos, está abaixo dos níveis considerados normais (para mulheres abaixo de 12g/dl e para homens abaixo de 13g/dl), segundo Dr. Nelson Tatsui, médico hematologista, pesquisador de células tronco e Diretor da Criogênesis Biotecnologia e Terapia celular.
A causa mais comum de anemia por carência de ferro, ou anemia ferropriva, embora não seja a mais grave das anemias. Entretanto deve-se considerar que, o mais importante no tratamento desse tipo de anemia não é somente a reposição de ferro no organismo, mas sim identificar a causa da anemia. A maioria das pessoas acredita que esse tipo de anemia é causado por dieta insuficiente em ferro, entretanto, segundo o especialista, na grande maioria dos casos é devida a uma perda de ferro que o indivíduo não consegue repor porque o ferro ingerido não consegue suprir a perda, que é causada por “sangramentos ocultos”, principalmente do trato gastrintestinal. Deste modo ocorre um déficit no balanço entre o ferro ingerido e o ferro que está sendo “perdido” sem que o paciente perceba.
A orientação do Dr. Nelson Tatsui é que, na presença de anemia por carência de ferro, em indivíduos adultos, deve se iniciar imediatamente uma pesquisa para buscar a causa, ou a doença que está apresentando este sintoma. Em outras palavras, a anemia, não é em si uma doença, mas entes um sintoma manifestado por uma doença, a qual deve ser diagnosticada e tratada. Já em crianças pode haver anemias por desnutrição, ou por dietas mal balanceadas. Por esse motivo existem medidas da OMS e Ministeriais no sentido de buscar um reforço de ferro em leite a fim de reduzir as anemias de origem nutricionais em pacientes pediátricos.
As anemias podem ser classificadas em diferentes grupos.
Nutricionais: Raras em adultos, mais comum em crianças.
Por perdas de ferro: Agudas ou repentinas, geralmente causadas por hemorragias, sejam de causas traumáticas ou cirúrgicas, e Crônicas ou baixas perdas, porém contínuas e que muitas vezes não é percebida pelo paciente.
Anemias imunológicas, que levam o organismo a produzir anti-corpos anormais que atacam e destroem os glóbulos vermelhos (também chamada de anemia hemolítica). Uma doença muito conhecida que pode levar a esse tipo de anemia é o Lupus Eritematoso Sistêmico entre outras.
Anemias Tumorais – Quando tumores crescem de forma descontrolada levando a uma destruição da “fábrica dos glóbulos vermelhos” que é a medula óssea. A Leucemia é um dos exemplos mais conhecidos, por se tratar de um tumor que se origina na própria medula. Mas outros tipos de tumores, em outros locais, podem se espalhar pelo organismo e invadir a medula óssea gerando esse tipo de anemia.
Anemias por Distúrbios de Absorção Intestinal – Insuficiência de Vitamina B12, Ácido Fólico, causam anemias características, denominadas de Megaloblásticas, como por exemplo, a Anemia Perniciosa, que geralmente são acompanhadas de sintomas neurológicos.
Anemias Genéticas – São Anemias que cursam com mal formações congênitas como falta de parte de ossos, anomalias de órgãos viscerais que aumentam a gravidade da doença. Anemia de Fanconi, por exemplo, é uma síndrome que além de acometer outros órgãos também afeta o tecido sanguíneo, levando à anemia, que é potencialmente curável. Anemia Falciforme é outra alteração genética que leva a uma alteração dos glóbulos vermelhos, e com isso o tempo de “vida” destas células é encurtado levando à anemia. A Talassemia, ou Anemia do Mediterrâneo, também é outro exemplo deste tipo de anemia. As anemias genéticas podem acometer até 2% da população, e algumas delas apresentam uma maior prevalência em determinadas raças. A Talassemia tem uma incidência maior em italianos e outros povos do Mediterrâneo, e a Anemia Falcifome apresenta maior incidência na raça negra.
Anemias Medicamentosas – A mais comum é a causada por quimioterapia, que além de destruir as células cancerosas também destrói as células produtoras de sangue.
“O tratamento das Anemias é primeiramente a busca da causa. A partir daí, podemos até tomar medidas como reposição de hemácias, mas o mais importante é tratar a doença de base que está causando esta anemia”, afirma Dr. Nelson Tatsui.