Por Luiza Cúrcio
Trabalhar com o lúdico das crianças e dos pais, usando a imaginação é o objetivo dos contadores de histórias infantis. A atriz Andréa Stela, de 39 anos, é veterana na arte dos palcos, mas é o seu primeiro ano como contadora de histórias. “É um aprendizado único, pois o público é parte integrante de nossas histórias e no teatro não temos interação com o público”. Stela já fez dupla com outros atores, mas atualmente divide o palco com jovem ator Gustavo Vergani. “Em dupla é possível questionar as opiniões um do outro e mostrar melhor nossa idéia como educador, além de nos proporcionar uma interação muito maior com a platéia”, relata Vergani. Apesar do pouco tempo de atuação, o ator se prepara com aulas de trapézio, voz e dança.
Os atores utilizam histórias de autores conhecidos. Durante a semana de preparação eles lêem os livros e desenvolvem os personagens. A apresentação é baseada no improviso, diferenciando-se do teatro. “O público muda o alvo da história”, relata Stela. Outra dificuldade encontrada é a falta de cenário. Utilizamos a imaginação do público e materiais alternativos para recriar sons e cenários. Uma alternativa encontrada pela dupla é utilizar o próprio público como objetos de cena. “Já fizemos os pais das crianças serem príncipes, bruxas e até árvores”, relata a dupla.
O público é variado, mas existem alguns rostinhos fiéis, que inclusive sugerem histórias para as próximas apresentações. “Ficamos muito felizes quando percebemos que as crianças estão gostando do nosso trabalho, ainda mais quando competimos com jogos de computador e televisão”, diz Stela. A dupla se apresenta aos sábados na Fnac, aos domingos na Saraiva e esporadicamente em estabelecimentos de ensino da cidade.