Diversidade é uma das grandes marcas da Virada Cultural. Além da variedade de atrações e estilos, os participantes vão ainda se deparar com uma babel de sotaques, já que parte do espetáculo ficará a cargo de artistas estrangeiros. Quem abre a festa é Cesária Évora, cantora do Cabo Verde. O criador do hip hop, o norte-americano Afrika Bambaataa, também empresta seu ritmo à noite do evento, que ainda será animada pelos cubanos do Havana Sax. A Virada Cultural está marcada para os dias 26 e 27 de abril, em São Paulo.
Ganhadora do Grammy na categoria World Music, Cesária Évora sobe ao Palco São João às 18h. A “diva dos pés descalços” ganhou o mundo com sua voz marcante e dramática, com forte influência do fado português. Mas são os ritmos da África que ditam a batida de sua música, a morma, uma espécie de blues, feita com instrumentos estranhos ao estilo norte-americano, como acordeão e cavaquinho. Depois de Cesária, sobe ao palco o Coral NKanda, integrado por imigrantes do Congo.
Outra lenda da música internacional é Paul Di´Anno, ex-vocalista do Iron Maiden. O cantor britânico vai executar as canções de Killers (1981), segundo álbum do grupo, que entrou para a antologia do Rock. Afrika Bambaataa, o nova-iorquino do Bronx, também está na Virada. Dj do Zulu Nation, foi o criador do termo Hip Hop. Sua batida é referência para jovens da periferia paulistana, onde seu ritmo ganhou nova roupagem.
Pela primeira vez no Brasil, o projeto experimental holandês Silent Disco promove uma balada sem som, pelo menos para quem vê. Já quem conseguir um dos 500 fones de ouvido que serão distribuídos na hora vai ouvir a discotecagem do NO Dj (Nico Okkerse). O repertório inclui, sim, eletrônico, mas também “músicas para cantar”, internacionais e nacionais. A intenção é que os participantes dancem e cantem, enquanto os espectadores apenas observam o agito silencioso. A pista não poderia ser mais propícia – o largo em frente ao Mosteiro de São Bento, onde reina o silêncio e a reflexão.
O festejado dj francês I:Cube também participa da festa, que ainda terá a presença do coreógrafo alemão Storm, um dos destaques do palco de dança. O guitarrista norte-americando Kenny Brown dá o tom do blues no CEU Parque Veredas. Os jamaicanos do The Gladiators, que fazem sucesso com o reggae há mais de trinta anos, apresentam-se no Palco São João. Já o quinteto cubano Havana Sax é um dos animadores do Baile do Arouche, tocando salsa e latin jazz. Enquanto isso, nas ruas centrais, os franceses do Genèrik Vapeur integram a maratona de performances e o excêntrico espanhol Iñaki Mata promete arrancar risos dos transeuntes e também fazê-los refletir, com sua performance Barreras, que ele faz acompanhado de uma cadeira-de-rodas.
Veja a programação:
SILENT DISCO
Local: Largo São Bento, 00h-6h e 12h-18h
ROCK REPÚBLICA
Local: Praça da República
01h00 – Paul Di’Anno – Killers (1981)
PALCO SÃO JOÃO
Local: Av. São João com Rua Aurora
18h00 – Cesária Évora
06h00 – The Gladiators
BAILE DO AROUCHE
Local: Largo do Arouche
21h00 – Havana Sax
PISTA DA QUITANDA
Local: CCBB – Rua Álvares Penteado com R. da Quitanda
01h00 – I:Cube (França)
MARATONA DE RUA: CIRCO, TEATRO E INTERVENÇÕES
Bivouac – Genèrik Vapeur
Iñaki Mata
PALCO DE DANÇA
Local: Anhangabaú
04h00 – Frank Ejara e Storm
BAILE CHIQUE
Local: Praça Cívica Ulysses Guimarães (Parque D. Pedro)
17h00 – Afrika Bambaataa e Zulu Nation Brasil
CEU Parque Veredas
Endereço: Rua Daniel Muller, 347 –Chácara Dona Olívia / Itaim Paulista
18h00 – Kenny Brown
Sobre a Virada Cultural
Música, dança e espetáculos de rua de vários estilos vão mobilizar o centro de São Paulo, na quarta edição da Virada Cultural, que acontecerá nos dias 26 e 27 de abril. O evento, com mais de cinco mil artistas, promovido pela Prefeitura da Cidade por meio da Secretaria Municipal de Cultura, terá mais de 800 apresentações voltadas a todas as faixas etárias, das 18h de sábado às 18h de domingo, com destaque para os shows de Gal Costa, Cesária Évora, Fernanda Takai, Jorge Ben Jor, Marcelo D2, Zé Ramalho, Jair Rodrigues, Luís Melodia e Orquestra Imperial. Dos 26 palcos do centro, 24 funcionarão durante as 24 horas da Virada. As unidades do Sesc, CEUs (Centros Urbanos Educacionais) e Centros Culturais também vão sediar apresentações em outros bairros da cidade. A Virada Cultural foi inspirada em eventos europeus como a Nuit Blanche parisiense, que agita anualmente a capital francesa, com atrações que seguem madrugada adentro.
A Virada Cultural 2008 conta com o apoio de parceiros como o SESC-SP, a Secretaria de Estado da Cultura, Secretaria Municipal de Educação e São Paulo Turismo. Para esta edição, a expectativa de público é de mais de 3 milhões de pessoas, com arrecadação próxima a R$ 90 milhões para a cidade. A programação completa da Virada Cultural 2008 já se encontra disponível no site www.viradacultural.org.